Blog do Hektor

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sexta-feira, 26 de março de 2021

O ÚLTIMO CIRCULO DE PEDRAS - LIVRO-MÚSICA/1993/1996 (COLETÂNEA DE MÚSICAS E POEMAS - 1981 A 1988).


A COLETÂNEA “O ÚLTIMO CÍRCULO DE PEDRAS” (1993).

"O Último Círculo de Pedras - Coletânea de Músicas e Poemas" (1993/1996), 
e a versão digitalizada de 2000/2005.

Livro-Música "O Último Círculo de Pedras - Coletânea de músicas e poemas - 1981 a 1988"/1993/1996 (Cds 1 e 2 - 1o. e 2o.  Volumes - na íntegra):

Link: O Último Círculo de Pedras (Parte I - Cd 1) Coletânea 1981/1988 (1993/1996)

Link: O Último Círculo de Pedras (Parte II - Cd 2) Coletânea 1981-1988 (1993/1996)


Músicas do Livro-Música "O Último Círculo de Pedras":

Link: Concerto Folk em Dó Maior (1981) - Versão de 1996 (Belém-PA)

Link: Concerto Folk em Dó Maior (1981) - Versão de 2020

Link: Concerto para os Pássaros (1983) - Versão de 1996 (Belém-PA)

Link: Concerto para os Pássaros (1983) - Versão de 2019 (Marabá-PA)

Link: Concerto para os Pássaros (1983) - Versão de 2020 (Marabá-PA)


Marco Rosário em 1992, na Travessa do Chaco, em Belém.


Em 1993, eu resolvi fazer uma coletânea com as músicas que eu gravei entre 1986 e 1988. Eu escolhi as melhores composições musicais dos Livros-Música “O Tecelão de Paisagens”, “Iluminuras” e “Guirlanda de Flores Sangrentas” e acrescentei as composições “Ácido no Vento” e “Cetáceos”. “Ácido no Vento” não é propriamente uma composição. Foi uma experiência com o prato do aparelho de som do meu tio, que mora na Travessa do Chaco. A experiência consistiu em criar efeitos sonoros girando um disco com músicas no prato do aparelho de som. Assim, “Ácido no Vento” é apenas um emaranhado conjunto de sons estranhos e distorcidos. “Cetáceos” foi a música que eu e Jofre Jacó compomos e gravamos em 1988. Nós chegamos a gravar três versões desta música em 1988, e apenas uma foi utilizada na coletânea. A coletânea teve como título “O Último Circulo de Pedras”, uma referência aos dolmens gigantes erguidos a milênios na Europa Ocidental (uma influência do álbum Dolmen Music, de Meredith Monk). Eu queria preservar as melhores músicas que tinham sido feitas na década de 1980. As fitas cassetes que utilizei na época estavam ficando velhas. Assim, gravando as melhores músicas numa fita cassete mais nova, eu estaria preservando o melhor das músicas, caso acontecesse algum problema com as fitas cassetes originais. Como eu ouvia muito pouco essas fitas cassetes originais, até hoje elas não apresentaram problemas e estão muito bem conservadas. O Livro-Música “O Último Círculo de Pedras” (além das músicas, há no livro os poemas referentes as mesmas) sofreu alguns acréscimos em 1996 e 2005. Este foi o último trabalho da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/ Gravadora Arte Degenerada em 1993, que somente voltaria a produzir poesia, música e pintura a partir do ano de 2002.


Stonehenge, conjunto de Dolmens, na Inglaterra.

O

ÚLTIMO

CÍRCULO

DE

PEDRAS

Uma Coletânea de Músicas e Poemas

 

MARCO ALEXANDRE

DA

COSTA ROSÁRIO

 

%

%ÿPOESIA, MÚSICA & PINTURA¯%

%

 

Um Livro-Música da


 E EDITORA OGMIOSE

(SEACULUM OBSCURUM)


*BLITZBUCH*


1993 – 1996 - 2003


*    *    *


SUMÁRIO

 

PARTE I

 

PARA SYD BARRETT

(Uma Introdução – Golden Hair).

 

O PRINCÍPIO

(Uma Dança Cerimonial - Parte I).

 

O BANQUETE DO CISNE:

RECORDAÇÕES

(Uma Pintura Para Uma Dança);

A CRISTALEIRA;

HÔRVALOS HARPA;

A DAMA NASCENTE

NA QUEDA DA LUA AMARELA.

 

ÁCIDO NO VENTO.

 

WHALEIA.

 

PARA UMA MULHER DA VELHA E LONGÍNQUA ILHA VERDE, EM TRANSE POR SUA BELEZA.

(Canção para uma Imagem).


 

LISA TOCANDO SEUVIOLINO EM MEU DESERTO.


 

A MORTE

(Soneto XXVII).

 

                        OS SINOS – O PRINCÍPIO

                (Uma Dança Cerimonial – Parte III).

 

INTERLÚDIO.

 

FONTES.

 

CONCERTO PARA OS PÁSSAROS.

 

CONCERTO FOLK EM DÓ MAIOR.

 

CONCERTO EM LÁ MENOR.

 

DROP OUT!

 

 

 

 

PARTE II

 

PRELÚDIO

(MONNA EM SEU LEITO DE MORTE).

 

GERAÇÃO.

 

ADÁGIO.

 

CORDÓES DE PRATA & OURO.

 

CETÁCEOS.

 

ETÉREO.

 

A CATEDRAL DO CORAÇÃO SILENCIOSO.

 

LILY.

 

SNOOPY, A VIDA É UM CIRCO.

 

 

 

  

PARTE I

 

 

  

PARA SYD BARRETT

(Uma Introdução – Golden Hair)

  

Loucura Lapidada

 

Pelo Tempo

 

Loucura Secular

 

Nos Cabelos Dourados

 

Loucura Lisérgica

 

Orquestrada em Delírios

 

Loucura de Pequenos Seres

 

Gnomos, Gatos e Cabelos Dourados.

  

*Poema composto em 2003.



O PRINCÍPIO

(Uma Dança Cerimonial - Parte I)

 

*     *     *

 

a vida começará agora:

os personagens já vestiram suas fantasias & sonhos

...todos aguardam.

 

estranhos esses comediantes,

tecendo, por trás de horrendas faces,

comentários a respeito da morte.

 

mãe invisível,

lar que já não cria formas...

 

quando o pano subir,

o teatro vivo será exposto ao ridículo...

espectadores fantasmas observam.

 

uma platéia de insanos...

a vida será mais que a razão e a loucura?

ou estaríamos apenas vagando sem rumo?

 

o que há por trás de teus olhos,

dama apanhada pelo tempo? Gritou alguém.

o que há por trás das máscaras que usas?

estarias escondendo receios, ou apenas simulando significados?

 

  

pétalas de bronze nos lábios da noite...

...já brilham imagens de pedra na antiga lua.

 

 

 

luz

 

luz

 

luz

 

 

o cérebro do mundo está agonizante

 

 

& a criatura já quer brotar

ou rastejar, submersa num sonho,

 

semeando palavras

no silêncio das mulheres.

 

iluminações na praia,

   embrião e sepultura

 

nascem para a vida,

há gritos atrás dos portões.

 

   ouve-se a música,

o vinho é derramado.

 

e os espíritos começam a dançar...

começam a dançar...

começam a dançar...

 

 

 

 

s     s    í   i    o

o    e   p   r    t    s

 

 

c          a          d

o                      a

m                     n

e                      ç

ç                      a

a                      r

                                                            m                        .

                                                                                       .

                                                                                       .

a dançar...

 

a dançar...

 

a dançar...

 

*Do livro “Iluminuras - As Iluminações que Rimbaud não Iluminou no Jardim das Bonecas Manchadas de Sangue” (1986).




R E C O R D A Ç Õ E S

 

( U M A   P I N T U R A   P A R A   U M A   D A N Ç A )

 

*           *            * 

cavalos de fogo (em carruagens solares),

quedas, desejos... nas nuvens o inverno, o éter silencioso,

céus de níquel (em contos de amor e ódio),

cantos ternos do velho homem cego.

 

na floresta, caçadores e feras em luta,

seduzidos pela sabedoria da coruja (e os reis do luar),

lágrimas de esposas,

mulheres nascidas (da terra e da poeira do amor).

 

mãos tocando os mistérios

em livros encantados,

os olhos da criança em fronteiras,

em fábulas, em gravuras antigas.

 

homens em transformações (cães selvagens),

peregrinos submersos na estrada de leite em terraimagens...

ladrões, ciganos, assassinos (a voz contínua na concha),

judeus e loucos envenenavam na aldeia o poço.

 

os doze cavaleiros em luta com a serpente,

a senhora, prisioneira dos espíritos (no oriente),

magos conciliando a imaginação e a razão,

doze moedas de ouro (no manto do monge negro).

 

vozharpa iluminando a noite,

cantando as quedas e subidas,

hinos distantes,

lapidados na memória da Senhora dos espíritos.

 

um pacto feito no coração da contadora de estórias...

 

  mãe lua brilhando, energia embrionária

 

na estação dos gatos.

 

Recordarei antigas noites...

um rio corria no interior de uma

                                                             bandeja negra,

exóticos pássaros em sua margem,

um camponês oriental andava na seara em escuridão,

iluminavam taças na sala das cortinas de vinho...

no palco de um teatro, um melro cantou um nome proibido junto ao piano,

um casal de vespas levou-me ao bosque para ver o lago dos peixes

e outro lago de água multicores

e lá perguntei ao Kaizer se ele havia participado da guerra...

ele deitou-se num imenso cemitério de ferro...

e na casa havia um piano...

e na casa havia um piano...

 

Recordarei um antigo entardecer...

um estranho juntou minhas pequenas mãos

                                                                                   no gólgota

e levou-me à praça e espíritos dançavam em todos os lugares da terra...

na loja dos canos de vidro e dos filtros de porcelana

o amante e seu homem-peixe eram um só...

em uma carruagem uma velha senhora vitoriana,

uma faca enterrada em sua testa,

desceu do céu e parou diante dos meus olhos dizendo

“tu és meu filho

tu és meu filho...       não coloques a cruz no túmulo do pássaro”

 

Recordarei um antigo amanhecer...

um jantar na casa de um advogado

                                                                de negros olhos

durante a festa de um fogo-fátuo...

eu vi como era grande a avenida quando voltamos para casa,

a mesma avenida que eu teria que passar dez anos depois

e dez anos antes eu em meu quarto,

uma mulher recitava poemas do universo

enquanto pintava a parede com o sangue das estrelas...

mas, a dançarina vivia nas vidraças de múltiplas cores

mas, a dançarina vivia nas vidraças de múltiplas cores

 

                              colheres de sangue

colheres de sangue

colheres de sangue

colheres de sangue

colheres de sangue

 

 *Do livro “Iluminuras - As Iluminações que Rimbaud não Iluminou no Jardim das Bonecas Manchadas de Sangue” (1986) - Primeiro Ciclo: O Banquete do Cisne.




 A

C R I S T A L E I R A

 

Um cálice de vinho, por favor,

e vai despertar a criança

prisioneira em tua alma.

Celebraremos, hoje,

as bodas do banquete do cisne

no interior da cristaleira

                         r

                         i

                         s

                         t

                         a

                         l

                         e

                         i

                         r

                         a”, disse o gnomo em sonhos.

Sinos... sinos de cristal, e

“Um jogo, muitas árias, madrigal e

  um poema não escrito

                                 e

                             uma

pintura                                         paralisagística

                                 e

 

 

 

 

            NUVENS           NUVENS           NUVENS

 

         NUVENS           NUVENS           NUVENS

 

e          CASTELOS            entre

 

            MONTES    e

 

                                               PONTES    e

 

                                                                             ALDEIAS   e

 

                                                                                         OCEANOS    e

                                                 RIOS

         FONTES              FONTES              FONTES

                                                    e

                                               LAGOS

 

 

Uma criança não lapidada pelo tempo

eu encontrei no deserto...

era belo o seu rosto

e ardente o seu canto...

seus dedos corriam pelos vitrais de uma igreja

acariciadas por uma tempestade,

tecelão de lamentações celestes,

e aguardava novas núpcias.

 

 

     “UM CANTO MÁGICO EU TE DAREI,

       SIM, EU TE DAREI,

       UM CANTO DE OUTRA VELHA CIDADE

       QUANDO ESTIVERES VIVO PARA A MORTE

 

 

Por quê não aceitas a magia?

Não sabes que a loucura

é a raiz da razão produzida pela razão,

nutrindo os lábios

com alegorias divinas”, disse o gnomo em sonhos.

 

Nos contornos do espelho

Repercutiam imagens,

                               relâmpagos acrílicos...

Véu de ostras refaziam

                          sombras                    e                      despertavam

os cavalos-harpas em criptas

                                                    douradas

e dançavam,

                        no ciclo dos ventos noturnos,

                        duendes, gnomos e feiticeiros

ao longo da vasta paisagem de cristal

                                        ou sobre os ramos da figueira

               ou sobre os náufragos do amor e do ódio.

Eu os via

                 em minha alquimia

ocultos

                            em troncos de velhos

                                                                                   carvalhos

 

 

Antigas árvores

 

 

Antigas árvores

 

  

Antigas árvores

No interior da c

                                r

                                     i

                                               s

                                                         t

                                                                  a

                                                                            l

                                                                                     e

                                                                                              i

                                                                                                        r

                                                                                                                 a

 

e as guardavam Damas

                           e Ninfas

Marfim e cerejas, marfim e cerejas

Disse-me a fada:

“Toma esta pequena caixa de música.

Nela está o coração que perdeste quando criança”.

 

 

Um céu de violetas

                    Entre as jóias do rei

E orações em violinos

Ao fundo dos espelhos

Na floresta há bruxos

Lá o gnomo-rei pediu

às harpias que dormiam

que acordassem as crianças-cemitério;

 

“Viajaremos para a cidade incendiada

esta noite...

Já nadei,

                em sonhos,

                                      nas águas desse rio”

e

“Muito cuidado com os homens mudos...

eles falam através dos olhos”.

 

 

Seguimos para a rua das bonecas de sangue...

Em uma casa, na porta, estavam o Sr. e Sra.

esperando alguém que viria dez anos depois

e que havia morrido dez anos antes.

 

  

Sobre a rua

havia um livro:

                          “A fada da cidade incendiada

                                            e os filhos do outono.”

 

 

Esperamos a alvorada

Sitiamos o paraíso

Resgatando o passado em recordações

que renasceram de palavras proibidas

 

 

“As bodas terminam

a meia noite

Mas, se quiseres ficar...

teu é o nosso reino”, disse o gnomo em sonhos.

 

 

“As bodas terminam

a meia noite...

teu é o nosso reino...”

 

 “As bodas terminam

a meia noiteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee...

Teu é o nosso reinooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo...”

 

“a meia noiteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee...

teu é o nosso reinooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo...”

 

“meia noiteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee...

teu é o nosso reinooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo...”

 

“Noiteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee...

teu é o reinooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo...”

 

“o reinoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo...”

 

“o reinoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo...”

 

 

“Rumo à Ilha de Zácrata, barqueiro!

e deixemos esta casca mortal

que não nos ajuda em nada”, disse o gnomo em seus sonhos.

  

*Do livro “Iluminuras - As Iluminações que Rimbaud não Iluminou no Jardim das Bonecas Manchadas de Sangue” (1986) - Primeiro Ciclo: O Banquete do Cisne.




HÔRVALOS HARPA

 

 

Dama negro

Dedos gelo

Carícias, cordas e sonhos

 

Alguém no jardim

Alguém no jardim

um canto de lea

aos

hôrvalos harpa

 

o coração pulsa no Oriente...

antiga Senhora,

pele de gelo, pele de relva, líquida pele,

os cantores já fogem em criações

 

perseguem oásis no deserto

& o futuro lhes dá somente algumas miragens...

sombras caindo, sombras caindo e rindo,

apoiadas umas nas outras

           para ver a queda de todas

 

Dama negro

Dedos & gelo

& carícias & cordas & sombras

 

Alguém no jardim

Alguém no jardim

         um

         canto

         em pedras de jaspe

aos

hôrvalos harpa

 

e sinos tocam

no ar seco

 

*Do livro “Iluminuras - As Iluminações que Rimbaud não Iluminou no Jardim das Bonecas Manchadas de Sangue” (1986) - Primeiro Ciclo: O Banquete do Cisne.



A DAMA NASCENTE

NA QUEDA DA LUA AMARELA

  

 

Ela nasceu dentro de uma concha noturna,

uma pele a cada manhã

um beijo para cada homem

 

 

enquanto cai a lua amarela

num funeral de moscas luminosas

depois

  

de um movimento

  

Ela desapareceu

Entre os ônibus

Convertidos em moinhos de vento

  

*Do livro “Iluminuras - As Iluminações que Rimbaud não Iluminou no Jardim das Bonecas Manchadas de Sangue” (1986) - Primeiro Ciclo: O Banquete do Cisne.



ÁCIDO NO VENTO

   

No vento seco e frio

 

Onde o ácido engole

 

O universo

 

Com dedos de gelo

 

No meio do murmúrio das ruas

 

Em estranha ressonância

 

No meio das visões encantadas.

 

*Poema composto em 2003.

**Montagem musical composta em 1993.



WHALEIA

   

Um grande e profundo sonho

No mar,

 

E estranhas senhoras,

Sedutoras,

 

Vestidas de lágrimas salgadas,

Bailam

 

Em cantos noturnos,

 

Onde o marinheiro,

Assustado,

 

Pode ver o estranho desfile,

E suspirar

 

Pela encantada morte

 

nos carroceis aquáticos,

 

afogado

pelo grande delírio do

mar...

 

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

 oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

 oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo oceano vivo

 

...como um beijo mortal.

 

  ...como um beijo mortal.

 

...como um beijo mortal.

 

...como um beijo mortal.

 

como um beijo mortal.

  

 

*Poema composto em 2002.

*Do livro “Guirlandas de Flores Sangrentas” (1987).




PARA UMA MULHER DA VELHA E LONGÍNQUA ILHA VERDE, EM TRANSE POR SUA BELEZA.

(Canção para uma Imagem)

 

Dedicado a uma imagem de Grace Slick, de 1968.

 

 

Desejei teus negros cabelos

sobre as antigas colinas da ilha verde.

Desejei teus olhos celestiais

no céu azul da velha Ilha.

Desejei acariciar tua face

deitado em um campo verde da velha ilha.

Desejei teu beijo,

sendo eu um homem velho,

feito de um amor leproso,

no bailar de um canto noturno

da velha ilha.

Desejei ser teu senhor em uma distante gleba.

Desejei te dar sementes para colher

as mais belas flores da Velha ilha.

Desejei tocar tuas

mãos

enquanto estávamos embaixo da pesada abóbada

da Velha Ilha.

Este amor lascivo,

que somente conheço

através de uma envelhecida fotografia,

quero te oferecer,

antes que a noite última

silencie a terra da Velha Ilha.

 

E assim canto para tua imagem,

percebendo teus olhos nos dias,

e seguindo teus passos,

não percebes os meus passos entre os teus.

Eu vi teus olhos entre os dias...

Tudo o que quero é sitiar

em meu coração

o teu olhar.

Segui teus passos entre os dias...

Aonde me queres levar?

Além da estrada ou além do mar?

Eu vi teus olhos entre os dias...

Conta-me porquê as flores

do céu

não querem mais florescer em meu coração...

entre o renascimento da criação.

Eu te imaginei entre os dias...

descansavas deitada sobre as lágrimas

de uma paisagem, entre os portais

de um paraíso, mantendo a guarda

de um rebanho de ovelhas...

Na relva da Ilha Verde

choravas como uma camponesa.

Tudo que um dia foi sonho,

agora está morto dentro de um inquieto louco

 mudo.

Tudo o que vejo é a miséria

ferindo as faces de muitas crianças.

Na relva da Velha Ilha Verde...

lá te encontrarei a minha espera

sempre a aguardar os caminhos da infância,

como se fosse as ruínas de uma velha criança.

Conta-me o porquê desses adormecidos desejos,

Conta-me o porquê de eu adormecer em meus desejos,

Conta-me o porquê de eu adormecer essas

lágrimas num tênue silêncio.

 

Eu vi teus olhos entre os dias...

 

Eu vi teus olhos entre os dias...

 

Eu vi teus olhos entre os dias...

  

*Do livro “Guirlanda de Flores Sangrentas” (1987).




LISA

     TOCANDO

              SEU

                   VIOLINO

                            EM

                                 MEU

                                      DESERTO

 

Lisa tocando seu violino em meu deserto

Lisa tocando seu violino em meu deserto

Lisa tocando seu violino em meu deserto

 

Lisa tocando meu violino em seu deserto

Lisa tocando meu violino em seu deserto

Lisa tocando meu violino em seu deserto

 

Lisa tocando nosso violino em meu deserto

 

Lisa tocando teu violino em teu deserto

Lisa tocando teu violino em teu deserto

Lisa tocando teu violino em teu deserto

 

                               Lisa

                               Lisa

                               Lisa

       em                  meu                deserto

       em                   seu                  deserto

       em                  teu                  deserto

 

                           nosso...

 

                             um

 

                          violino

 

                              e

 

                        dinheiro...

 

                            sem...

 

Lisa tocando seu violino em meu deserto

 

Lisa tocando seu violino em meu deserto

Lisa tocando seu violino em meu deserto

Lisa tocando seu violino em meu deserto

 

Lisa tocando meu violino em seu deserto

Lisa tocando meu violino em seu deserto

Lisa tocando meu violino em seu deserto

 

Lisa tocando nosso violino em meu deserto

 

Lisa tocando teu violino em teu deserto

Lisa tocando teu violino em teu deserto

Lisa tocando teu violino em teu deserto

 

                               Lisa

                               Lisa

                               Lisa

       em                  meu                deserto

       em                   seu                  deserto

       em                  teu                  deserto

 

                           nosso...

 

                             um

 

                          violino

 

                              e

 

                        dinheiro...

 

                            sem...

 

Lisa tocando seu violino em meu deserto

  

*Do livro “Guirlanda de Flores Sangrentas” (1987).




A MORTE

(Soneto XXVII)

 

 

De cinzas se faz a terra,

de angústia se faz a força

que rompe e dilacera o medo.

De restos humanos riu-se a terra.

 

Do cemitério quieto lanças

teus sussurros tão misteriosos,

atraindo os ratos aos teus porões

de podridão e sangue congelado.

 

Heróis e desertores, santos e pecadores

tombam em tuas mãos

e não percebem que de ti só vem escravidão.

 

Alegria e sofrimento guardas

em teu belo seio, velha dama de negro,

e com tua foice descobres do mundo o segredo.

  

*Do livro “Guirlanda de Flores Sangrentas” (1987).




OS SINOS – O PRINCÍPIO

 (Uma Dança Cerimonial – Parte III)

 

 Como são gélidos estes olhares repulsivos

que nascem na platéia e se prostram

perante os atores.

 

Eu sou aquele

que sabe todo o enredo

e não se cansa de jogar

sortilégios e maldições sobre a platéia.

 

Tu rejeitas o ator embriagado que sobe no palco...

mas será ele que executará a última dança cerimonial,

entorpecido pelos gritos da multidão.

 

Luz

Luz

Luz

Luz

Luz

Luz

Luz

Luz

Luz

Luz

Luz

Luz

Escuridão

Escuridão

Escuridão

Escuridão

Escuridão

Escuridão

Escuridão

Escuridão

Escuridão

Escuridão

Escuridão

Escuridão

 

 

 

E mulheres nuas a passear pelo palco.

 

Eis que chegamos a confraria de nossa senhora.

 

E mulheres nuas a passear pelo palco.

 

E no campo milhares de mortos dão as mãos.

 

E no palco, o velho embrutecido

cuspiu toda imundice dos nossos sonhos,

numa terra sem nome e sem arte.

 

É este olhar da platéia

que faz gelar os atores...

 

Que tirem as roupas de cetim das atrizes,

belas moças criadas com leite e mel.

Que sejam elas forçadas a dormirem com os negros

nos mais hediondos sonhos...

Belos negros!!!!

 

Que o palco fique todo enegrecido

e que o sêmen seja todo derramado em alvos seios

de belas atrizes pervertidas

pelos sonhos de uma velha e nua mulher enlouquecida,

velha senhora das ruas.

 

Eis meu teatro...

E eis os estranhos rituais

Ao redor das pedras.

 

*Poema composto em 2002.

*Do livro “Iluminuras - As Iluminações que Rimbaud não Iluminou no Jardim das Bonecas Manchadas de Sangue” (1986).




INTERLÚDIO

  

Flor inconstante

em alegre festejo

na cidade incendiada.

 

Agora adormecida na calçada

com o sangue escorrendo da boca...

uma pequena boneca manchada de sangue,

 

enquanto as águias passam pelos céus

semeando a morte e a madrugada.

  

*Poema composto em 2002.

*Do livro “Iluminuras - As Iluminações que Rimbaud não Iluminou no Jardim das Bonecas Manchadas de Sangue” (1986).




FONTES

  

Pequenos passos são ouvidos

na madrugada...

São as velhas feiticeiras adormecidas

que vieram buscar

a pequena boneca manchada de sangue.

 

Elas vieram buscá-la

e vão plantá-la

numa fonte de múltiplos sóis

para jamais ser esquecida

na cidade incendiada.

 

*Poema composto em 2002.

*Do livro “Iluminuras - As Iluminações que Rimbaud não Iluminou no Jardim das Bonecas Manchadas de Sangue” (1986).




CONCERTO PARA OS PÁSSAROS

  

Valsa encantada e triste

 

Em plumas ressecadas

 

Visão dos céus

 

Em constante transformação

 

Pelos bosques encantados

 

A imersão no vôo

 

Em constante transformação

 

Plumas   Plumas    Plumas   Plumas

 

Plumas   Plumas    Plumas   Plumas

 

Plumas   Plumas    Plumas   Plumas

 

Plumas   Plumas    Plumas   Plumas

  

*Poema composto em 2003.

** Composição musical composta em 1983. Gravação de 1996.




CONCERTO FOLK EM DÓ MAIOR .

   

Folk music Folk music  Folk music Folk music  Folk music

 

Folk music Folk music  Folk music Folk music  Folk music

 

Folk music Folk music  Folk music Folk music  Folk music

 

Folk music Folk music  Folk music Folk music  Folk music

 

Folk music Folk music  Folk music Folk music  Folk music

 

Folk music Folk music  Folk music Folk music  Folk music

 

Folk music Folk music  Folk music Folk music  Folk music

 

Folk music Folk music  Folk music Folk music  Folk music

 

Folk music Folk music  Folk music Folk music  Folk music

 

Folk music Folk music  Folk music Folk music  Folk music

 

Folk music Folk music  Folk music Folk music  Folk music


*Poema composto em 2003.

**Composição musical composta em 1981. Gravação de 1996.



CONCERTO EM LÁ MENOR.

  

Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos

 

Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos

 

Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos

 

Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos

 

Baile de insanos.

Ressonâncias em catedrais

 

Onde o grande caminho

 

Parece resplandecer

 

Estranhos porteiros

 

Parados na beira da estrada

 

Coletando almas

 

Ingênuas

Baile de insanos

 

Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos  

 

Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos

 

Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos

 

Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos   Baile de insanos

 

*Poema composto em 2003.

** Composição musical composta em 1984. Gravação de 1996.



DROP OUT!

  

Drop out with me

And just live your life

Behind your eyes

Your own skies

Your own tomorrows

 

Just be yourself

And no one can step

Inside your mind

From behind

If you just walk out

 

They made the rules

And they laid it

On us all

Don’t you fall

Cause then they own you

 

They’re using you

To kill all the echoes still

Around

From the sound

Of calendars crumbling

 

They made the bomb

Would they drop it

On us all?

Great and small.

But must we follow

Drop out with me.

  

* Drop Out! (do Lp One Nation Undergroud, 1967 – Pearls Before Swine) Música e letra de Tom Rapp, líder do grupo norte-americano Pearls Before Swine (1967-1971). Versão realizada por Marco Alexandre Rosário e Heitor Meneses em 1986.

 

  

PARTE II

 

 PRELÚDIO

 

(MONNA

         EM

              SEU

                   LEITO

                            DE

                                 MORTE)

 

 

“quando eu morrer...

enterrem-me em uma lata de lixo

com garrafas vazias, muitas garrafas vazias,

e frascos de perfume barato,

nos muros de Santa Isabel,

e deixem-me amamentar moscas e ratos em paz”.

 

essa, sua última vontade,

 

querida monna, filha das sombras da tarde na padaria,

que bebia água da fonte do esgoto,

em frente ao mercado de ferro,

 

 

morta em 13 de abril de 1977...

 

 

ash can,

 

 

                                               ash can,

 

 

                                                                                               ash can,

 

 *Do livro “Guirlandas de Flores Sangrentas” (1987).




GERAÇÃO

 

 

 

GERAÇÃO                GERAÇÃO               GERAÇÃO

 

 

Uma nova geração

nas portas da próxima salvação

 

 

GERAÇÃO                 GERAÇÃO               GERAÇÃO

 

 

Uma nova geração

ajoelhada perante a inevitável mutação

 

 

GERAÇÃO                     GERAÇÃO                GERAÇÃO

 

 

Pequena flor-sol

Virgem

Ante o silêncio

Das mãos do monge

 

 

GERAÇÃO                  GERAÇÃO                GERAÇÃO

 

 

Uma nova geração

em uma nova expiação

 

 

GERAÇÃO                  GERAÇÃO             GERAÇÃO

 

 

Uma nova geração

em profunda gestação

 

com as mãos nas portas da salvação

 

Gritos infernais

 

Portões em chamas

 

Céu aberto

 

e a doce procissão

 

em volta das velas

 

enquanto o tempo passa por uma fresta de loucura adormecida

 

 

GERAÇÃO             GERAÇÃO            GERAÇÃO

 

 

As garotas estão oferecendo suas entranhas e mistérios ao homem negro

 

enquanto o tempo passa por uma fresta de loucura adormecida

 

Magnífico cortejo!!!

 

Elas, agora adormecidas em sonhos,

 

castram o jovem embaixo do relicário

 

 

GERAÇÃO                   GERAÇÃO              GERAÇÃO

 

 

Uma nova Geração

nas portas da aflição

 

 

GERAÇÃO                GERAÇÃO               GERAÇÃO

 

 

Uma nova geração

nos mistérios de uma nova gestação

 

*Poema reconstituído em 2002.

*Do livro “O Tecelão de Paisagens” (1986).




ADÁGIO

   

Cem pequenos Olhos

não menos brilhantes,

porém,

não menos temerosos.

Guardaram desejos silenciosos?

 

Talvez

 

Ela quer ficar entre nós.

Não a deixe ir

ao reino do esquecimento.

Aqueles que lá chegam

jamais retornam.

 

Uma nova Atmosfera?

 

Gira o vento,

folhas ressecam,

Gira o vento

através dos dias e das noites.

Ela foi levada

por um beijo

de um homem mortal.

 

Uma nova atmosfera?

 

Sem rima!

Meu riso não tem rima!

Acusam-me as sombras,

que não são minhas,

como se eu  fosse delas.

 

Uma nova atmosfera,

 

Andei girando,

semelhante de um  morto,

em torno dos primitivos oceanos,

tateando entre as vagas,

semelhante de um cego.

 

Uma nova atmosfera?

 

Sim, ela é passional.

Oculta-se na floresta

e não quer ouvir o vento.

Consolado pelo medo,

ia cantando pelo vale

e dizendo:

 - não sou desta terra!!!

minha canção não é a canção do tempo!!!

 

E como um anjo

ela subiu aos céus

querendo alcançar a divindade.

Despencou

rumo ao abismo,

uma tempestade

em suas veias,

uma legião de demônios

em sua vida erma.

 

Uma nova atmosfera?

 

Campo deserto e devastado,

onde vi um cemitério de reis antigos...

Chamar por alguém aqui

é chamar pelo silêncio.

ah! Vou descansar um pouco.

Meus ossos dissolveram-se na terra

que não foi minha;

meu sangue derramou-se no rio

que não foi meu.

Estou cansado!

Porquê não cantas para mim?

Tu que rolaste do céu para o abismo...

Descobriste a nova atmosfera?

Já não tenho casa...

Já não tenho ninguém...

Só quero que me deixes dormir.

 

Uma nova atmosfera

 

O entardecer é sempre mágico:

relva cintilante,

nuvens peregrinas,

raios de sol

penetrando os mistérios

e o véu de chuva

que se aproxima.

Belo quadro!

O nobre pássaro e sua corte

trespassam o verão.

Adeus aos orvalhos desconhecidos.

 

Uma nova atmosfera,

 

Encerrem a cena,

adormeçam as flautas de fogo

e os acordes de ouro.

Basta!

Tenho nos lábios o riso de uma fada

e quero estar morto antes do anoitecer.

  

*Do livro “Guirlanda de Flores Sangrentas” (1987).



CORDÕES DE PRATA & OURO

  

o fino túnel de vidro

ia do paraíso ao inferno,

estabelecendo estações nos tubos de esgoto,

em pequenas correntes de ar,

no corredor mental do anão.

 

uma encantadora senhora                                     fino túnel de vidro;

nasceu de uma concha                                           algumas dançarinas,

dentro de uma revista proibida,                             jovens e belas ciganas,

uma explosão de seios ocorreu,                             germinando movimentos...

eletricamente falando,                                            alcatrão!!!

nos olhos do explorador televisual.

 

e a menina oriental corria nua,

um tapete de queimaduras na pele macia,

enquanto os filhos do imperador

olhavam para os lados

germinando nas bombas.               “une femme”, um mercador de poemas falou;

                                                         “uma constelação de livros antigos

                                                           no ferro-velho”, recitou o louco

                                                           nos interiores e interiores e interiores

                                                           de seu cérebro.

 

rei dos cogumelos, amante da jardineira,

costumava devorar sepulturas no inverno

em cemitérios de abelhas.

 

                                             “ajude-me! Quero ainda viver neste inverno,

                                               nos túmulos de vidro,

                                               amando ‘une femme’ e seus livros antigos

                                               de finos cordões de prata e ouro”,

                                               um relâmpago no corredor mental do anão.

 

“um luxuriante vaso oriental com as queimaduras da menina te ajudariam?”

um pensamento nas estufas do rei dos cogumelos.

“talvez. mas o programa que estão passando é de prata e ouro no espaço”

outro relâmpago no corredor mental do anão.

  

o último Bosque Imaginário

 

o fim da tarde desceu sobre o bosque, desceu sobre mim,

desceu sobre ti, e os ruídos da rua envolveram o jardim,

pequenas imagens vêm e se vão no rio da linguagem,

mas o verde é azul e o azul é verde... isso já sabemos,

enquanto nós desejávamos saber o que havia atrás da roupa

da professora...carícias de flores nos espinhos.

 

no jardim, duas meninas caminhavam nuas...

a fria mão do vento acariciando seus corpos,

mas nenhum de nós tocou em suas almas.

no canteiro das  televisões encontramos alguns heróis

e durante a noite estávamos escondidos no banheiro com a mulher gato

e ninguém podia saber da nossa relação secreta.

 

um milhão de cordões de prata & ouro

 

pétalas líquidas desciam pelas janelas da rua

e monges negros  regavam meus olhos no quarto escuro

cheios de monstros sinistros, e diziam:

colher colheres de sangue não é pecado!!!

 

um milhão de cordões de prata & ouro

 

e já estávamos dentro da Apolo 11 numa viagem a lua

fumando escondido no interior da nave! Ih! Ah! Ah!

e  de  volta à  terra encontramos Alice e seu coelho falante

que gostava de consertar relógios sem defeitos

num campo de jogos de xadrez onde o rei e a rainha eram seus vassalos

e ele nos contou todos os segredos de todos as rainhas.

 

e fingindo de cachorro, entramos nos antigos jogos

de achados &  perdidos dentro da loja de filtros do português

e Alice disse: vamos brincar... e tirou a roupa!!!

E nós em coro: que brincadeira legal!!!!

e Alice tirou um grande lençol azul de seus olhos

e vestiu todo o imenso campo.

entrem, vamos! entrem todos!!! gritou ela.

e nós entramos e caímos por um grande túnel

e caímos em outro campo, maior que o primeiro,

e nele havia uma casa onde se lia na porta: Casa das Crianças Rebeldes,

Casa das Crianças Feridas pelo Ódio das Crianças do Amor,

que é a melhor casa da infância,

e Alice disse outra vez: vamos entrar e saberemos tudo...

entramos e todos estavam lá e era uma grande festa

de aniversário e quatro músicos tocavam encima de um grande bolo...

 

lojas de brinquedos, revistas proibidas, cigarros,

vinhos e etc... etc... etc...

estavam todos dentro da Casa das Crianças Rebeldes

enquanto Snoopy negociava uma nuvem de fumaça com um guarda

 

feliz aniversário aos cemitérios encantados! gritou a princesa de cima

de seu Castelo de Uvas.

 

vamos dar uma festa para eles, disse a sorridente senhora onça.

 

e bateria e flautas  e guitarras  e gaitas e violinos

e pratos e cravos romperam  ouvidos e ouvidos

e a banda verde construiu uma melodia sonhadora.

 

quando a música acabou todos saíram da Casa das Crianças Rebeldes

e ninguém mais era criança e cada qual seguiu seu caminho

o azul dourado flutuou no verde escuro

& a carruagem noturna entrou nos campos

semeando noites entre criaturas iluminadas.

minhas canções o pássaro da manhã levou,

minha caixa de magia ficou dentro da casa.

 

“cobre meu ventre antes de ires embora,

para que não me tornes estéril e as criaturas pereçam” , disse a terra para mim.

 

fiz como ela disse e continue andando:

“não queres provar o fruto de meu útero”.

quem falava era o diretor da escola, disfarçado de serpente

e provei o  tal fruto e meus olhos foram abertos

e desci a montanha entrando no mundo dos homens

e me levaram  para a escola e me jogaram na Sala das  Crianças  do Amor-Empalhado

e me disseram que eu tinha que ser como elas

& a professora entrou e disse: Vocês são pequenos répteis...

OH! CRIANCINHAS MALVADAS!!!

eu vi, então,  que o que ela escondia atrás da roupa

não era tão importante assim... era apenas uma floresta negra,

cheia de crianças empalhadas.

foi quando percebi Alice do meu lado dizendo:

vamos arrebentar outra vez, seu otário!!!!

  

*Do livro “Guirlanda de Flores Sangrentas” (1987).



CETÁCEOS

   

Baleias                 golfinhos

 

Na dança oceânica

 

Baleias                 golfinhos

 

Na dança oceânica

 

Em meio ao estrondo das vagas

 

Ensaiam estranhos concertos

 

Em alegres canções

 

No meio da tormenta que cai sobre o mar.

 

Baleias                 golfinhos

 

Na dança oceânica

 

Baleias                 golfinhos

 

Na dança oceânica

  

*Poema composto em 2003 (Marco Alexandre Rosário).

**Composição musical composta em 1988 por Marco Alexandre Rosário e Jofre Jacó Freitas, gravada em 1988.



ETÉREO

 

 

                     Sobrecopa       Sombria               Cólera

  

Em Meus Olhos Sitiada              Caindo em Espiral

Vaga a Geração em Ruínas            No interior da Mortalha

     Em sua Sepulcral                                         dos

            Ilusão                                                Prazeres

  Respira   a   Fragrância                               Enlutada Entre os Dias

      da                                                              os

  Cova              Secular                                          Devaneios da

             Como                                                          Mãe-Terra

               Um                                Constróem Muralhas de sonhos

     Antigo e Feroz                                        Oculta Desejos Fúnebres no

       Ancestral                             Tronco oco do Conhecimento

      Nossos Risos                                                 Nossas Lágrima

     Resplandecem                                                Resplandecem

          Como                                                       Como

Lágrimas Incandescentes                               Risos Incandescentes

        Abaixo                                                               Abaixo

         dos                                                                       dos

   Raios do sol                                                      Raios do Sol

  

*Do livro “O Tecelão de Paisagens” (1986).



A

 CATEDRAL

 DO

 CORAÇÃO

 SILENCIOSO

  

 

Apodrecimento                                                       Féretro

                                        da                                                                              da

Existência                                                                Existência

 Reino Imaculado                                                         no

           de                                                                              Tumulto

      Lágrimas                                                                 da

   Tão Profundo                                                                  Audiência

            e                                                                                 Marcha

     Alucinado                                                                com

           e                                                                                Resistência

    Agonizante                                                                           ao

      Tapete                                                                   seu

    de Heresias                                                                        Destino

 

O Homem

é

Um

Abismo

 

Na Catedral, em uma Caixa

De Cristal, jaz um Coração

Envolvido num Manto Escarlate

Por Longos Dias de Esquecimento

 

Enquanto o mendigo toca sua gaita no átrio

& Carros passam e cães latem

 

 *Do livro “O Tecelão de Paisagens” (1986).



 

Lily

 

Garden,

 

I

 

light up

 

With

 

My

 

Shine

 

Your

 

lament.

 

My

 

Name

 

Is

 

Lily,

 

Lily,

 

Lily,

 

Lily.


*Versão em inglês do poema “Lírio”, do livro “As Flores” (1985), feita por Marco Alexandre em 2002, para a qual Tom Rapp, líder do grupo norte-americano Pearls Before Swine (1967-1971), fez uma versão musical em 2002.



CANÇÃO PARA MARINA

 

A garota dos meus sonhos

Como um doce vinho de amor

Jamais me deixará morrer.

 

Quando todas as estrelas

Se apagarem no céu

Ela ainda será  como um verdadeiro adeus num sonho.

 

Eu ligo para ela e ela está sempre me esperando

Atrás da igreja.

Por favor, perdoe as minhas faltas...

 

Você é a garota dos meus delirantes sonhos

Como um doce vinho de amor

Que a morte não pode jamais apagar

num verdadeiro sonho de amor.

  *Do Livro “Canções para Marina” (2003).



SNOOPY, A VIDA É UM CIRCO

  

A vida é um circo

Como o fim da linha de um rio.

E Cristo não está em Tucson

 

A vida é um circo

Como o fim da linha de um rio.

E Cristo não está em Tucson

 

A vida é um circo

Como o fim da linha de um rio.

E Cristo não está em Tucson

 

A vida é um circo

Como o fim da linha de um rio.

E Cristo não está em Tucson

 

A vida é um circo

Como o fim da linha de um rio.

E Cristo não está em Tucson

 

A vida é um circo

Como o fim da linha de um rio.

E Cristo não está em Tucson

 

A vida é um circo

Como o fim da linha de um rio.

E Cristo não está em Tucson

  

* Poema composto em janeiro de 2003.

** Composição musical composta em 1986.



MÚSICAS

 

Cd 1 – Volume I.

 

1. Para Syd Barrett (Uma Introdução – Golden Hair).

    Gravado em Belém, Pará – Gravado em 1994.

    Instrumentos: montagem de músicas (Prologue – Renaissance; Golden Hair – Syd Barrett).

 

2. O Princípio (Uma Dança Cerimonial - Parte I) (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1986.

    Instrumentos: Violões eletrificados (a base foi gravada em 1983).

 

3. Primeiro Ciclo - O Banquete do Cisne (Marco Alexandre Rosário).

Incluindo os seguintes poemas/músicas:

Recordações (Uma Pintura Para Uma Dança)/ A Cristaleira/ Hôrvalos Harpa/ A Dama Nascente na Queda da Lua Amarela,

    Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1986.

    Instrumentos: órgão, piano, flautas, violão, bateria eletrônica e outros efeitos.

 

4. Ácido no Vento (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará – Gravado em 1993.

    Instrumentos: efeitos sonoros (Lux Aeterna, Zweites Streichquartett – György Ligeti).

 

5. Whaleia (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1987.

    Instrumentos: piano e bateria eletrônica.

 

6. Para uma Mulher da Velha e Longínqua Ilha Verde, em Transe por sua Beleza (Canção para uma Imagem) (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1987.

    Instrumentos: teclados.

 

7. Lisa Tocando seu Violino em Meu Deserto (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1987.

    Instrumentos: violão.

 

8. A Morte (Soneto XXVII) (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1987.

    Instrumentos: órgão.

 

9. Os Sinos – O Princípio (Uma Dança Cerimonial – Parte III) (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1986.

    Instrumentos: violão eletrificado e efeitos sonoros.

 

10. Interlúdio (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1986.

    Instrumentos: piano.

 

11. Fontes (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1986.

    Instrumentos: xilofone-teclado.

 

12. Concerto para os Pássaros (Composta em 1983 – Gravado de 1996) (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará.

    Instrumentos: violões eletrificados.

 

13. Concerto Folk em Dó Maior (Composta em 1981 – Gravado de 1996) (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará.

    Instrumentos: violões eletrificados.

 

14. Concerto em Lá Menor (Composta em 1983 – Gravado em 1996). (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará.

    Instrumentos: violões eletrificados.

 

15. Drop Out! (Tom Rapp)

    Gravado em Belém, Pará – Versão gravada em 1986 por Marco Alexandre Rosário e Heitor Meneses.

    Instrumentos: violões e vozes.

 

  

Cd 2 – Volume II

 

1. Prelúdio  (Monna em seu Leito de Morte) (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1987.

    Instrumentos: piano.

 

2. Geração (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1986.

    Instrumentos: piano, órgão, violão eletrificado, bateria eletrônica e efeitos sonoros.

 

3. Adágio (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1987.

    Instrumento: harpa nordestina.

 

4. Cordões de Prata & Ouro (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1987.

    Instrumentos: cravo.

 

5. Cetáceos (Marco Alexandre Rosário/ Jofre Jacó de Freitas).

    Gravado em Belém, Pará –  Composto e gravado em 1988.

    Instrumentos: violão e vozes (Marco Alexandre Rosário: violões solos e vocais/    Jofre Jacó de Freitas: violões base e vocais).

 

6. Etéreo (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1986.

    Instrumentos: violões eletrificados e efeitos sonoros.

 

7. A Catedral do Coração Silencioso (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1986.

    Instrumentos: violão, órgão, gaita e efeitos sonoros.

 

8.Lily (Tom Rapp) – Poema de Marco Alexandre (As Flores – 1985).

   Gravado em Port Charlotte, Flórida – Composto e gravado em 2002.

   Instrumentos: gaita e voz. Parte Final: Tom Rapp falando.

 

9. Canção Para Marina (Marco Alexandre Rosário).

    Gravado em Santarém, Pará – Composto e gravado em 2003.

    Instrumentos: violão, órgão, gaita e efeitos sonoros.

 

10. Snoopy, a Vida é um Circo (Marco Alexandre Rosário).

   Gravado em Belém, Pará – Composto e gravado em 1986.

   Instrumentos: violão e efeitos sonoros.

 

EDITORA OGMIOS (SEACULUM OBSCURUM)/

GRAVADORA ARTE DEGENERADA

1984-1993

2002-2011

 

                                    A Editora Ogmios (Seaculum Obscurum) – Gravadora Arte Degenerada foi um projeto de arte experimental, criado por Marco Alexandre da Costa Rosário, envolvendo poesia, música e pintura, o qual teve sua existência entre os anos de 1984 e 1993, e foi novamente iniciado a partir de 2002. Seu primeiro nome foi Editora Morangos & Uvas (Seaculum Obscurum), denominação esta que foi usada até 1986. Este nome foi inspirado pelo quadro tríptico O Jardim das Delícias, de Hieronymus Bosch, e pelo filme Morangos Silvestres (SMULTRONSTÄLLET), do diretor sueco Ingmar Bergman. Ogmios é uma antiga divindade celta, conhecida também como o Velho Calvo. Segunda a lenda, de sua língua saiam fios de ouro que enlaçavam as orelhas das pessoas e elas eram forçadas a ouvi-lo. A palavra latina Saeculum foi alterada: a letra e troca de lugar com a letra a, formando a palavra Sea (mar em inglês) culum, ou seja Seaculum Obscurum, ou o mar da obscuridade secular, que é o modo como Marco Alexandre vê sua época. Todos os livros da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum) pertencem a série BLITZBUCH (livro-relâmpago). Esta junção de duas palavras alemãs é uma sátira à Blitzkrieg dos nazistas. Juntamente com a Editora Ogmios (Seaculum Obscurum), em 1986 Marco Alexandre criou a Gravadora Arte Degenerada, uma experiência alternativa na área da música. A Editora Ogmios (Seaculum Obscurum) teve bastante influência da música, literatura, pintura e cinema de vários países. Seus dois princípios máximos eram: a arte não se vende e a arte não tem fronteiras.

 

                                    De todas as obras realizadas pela Editora Ogmios (Seaculum Obscurum), as duas mais importantes foram os livros Iluminuras e Guirlanda de Flores Sangrentas. Estas duas obras foram completadas em 2002, pois ficaram inacabadas nos anos em que surgiram (1986 e 1987). Na verdade, alguns poucos poemas e todas as pinturas foram elaborados no ano de 2002, com o objetivo de completar estas duas obras. Depois dos últimos poemas escritos por Marco Alexandre (em 1993), a Editora Ogmios (Seaculum Obscurum) silenciou por muitos anos, embora alguns pedaços de poemas isolados tenham sido feitos no transcorrer dos anos. Em 1994, Marco Alexandre fez uma espécie de coletânea com as músicas que ele gravou em fitas cassete (até hoje conservadas) entre os anos de 1981 e 1988. Em 2001, Marco Alexandre conheceu, através da Internet, o músico americano Tom Rapp, líder do lendário grupo Pearls Before Swine (1967-1971) e uma das maiores influências da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum): Marco Alexandre conheceu o trabalho deste grupo em 1983, através do Lp One Nation Underground, lançado pela ESP-DISK em 1967. Tom enviou para Marco Alexandre uma cópia de seu último Cd: A Journal of the Plague Year (1999). Este encontro estimulou Marco Alexandre a recomeçar seus trabalhos na Editora Ogmios (Seaculum Obscurum) no ano de 2002: os textos dos livros originais foram digitados em computador; as músicas foram transferidas para CDs (a partir de março de 2005), poemas foram reconstruídos, livros inacabados foram completados, etc. O primeiro livro da nova fase foi a segunda edição do livro As Flores (de 1985), feita em fevereiro de 2002, a qual foi enviada para Tom Rapp, em Port Charlotte, Flórida, Estados Unidos da América. Tom disse o seguinte sobre o livro As Flores: “I got the book and it’s GREAT”. Tom Rapp iria recitar o poema Lírio (do livro As Flores) em seu show, no festival Terrastock V, realizado em outubro de 2002 nos Estados Unidos da América. Porém, por problemas de tempo de apresentação não foi possível realizar tal projeto. Entretanto, ele compôs uma música para o poema Lírio, que foi enviada para Marco Alexandre em novembro de 2002. Em agosto de 2002, Marco Alexandre enviou a segunda edição do livro Invocações (de 1991) para Meredith Monk e Patti Smith, em Nova Iorque, Estado de Nova Iorque, Estados Unidos da América. Meredith Monk disse sobre o livro Invocações: “I want to tell you that I did receive the book and the poems. Thank so much... I am very touched and will cherish them”. Patti Smith jamais se pronunciou a respeito do livro. Marco Alexandre voltou a fazer pinturas em 18 de setembro de 2002, quinze anos depois do último trabalho nesta área. Ele fez várias pinturas para os livros O Tecelão de Paisagens, Iluminuras e Guirlanda de Flores Sangrentas. Estes três livros são conhecidos como livros-música. Marco Alexandre também começou a elaborar novos livros de pintura (Surrealística III e IV) e um novo livro-música começou a ser elaborado em janeiro de 2003 (Winona e as Cadeiras de Rodas) e foi concluído em julho de 2005. Outro livro-música, New York – Paris, começou a ser elaborado em junho de 2004 e foi concluído em abril de 2005. Um outro grande poema deveria ter sido escrito ainda em 2003, sendo seu título  Cartas às Américas, e talvez tivesse a colaboração de Meredith Monk e de Tom Rapp. Pelo menos eles mostraram interesse em participar. Porém, o projeto não foi sequer iniciado. A obra completa da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum), ou o que restou dela, tem o seguinte título: Veio do Pó e Virou Resto HumanoEditora Ogmios – 1984 - 2011 (o título foi tirado de um verso do livro Invocações, de 1991). Exceto os poemas que foram reconstruídos e os livros que foram completados (com poemas e pinturas) em 2002, as novas edições dos trabalhos da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum) têm os mesmos poemas, músicas, pinturas e desenhos que foram feitos entre os anos de 1984 e 1993. Marco Alexandre jamais revisou qualquer trabalho que fez na poesia, na música e na pintura. Tudo foi composto, escrito, pintado e tocado (gravado) em estado bruto e produzido sem qualquer reparo.

 

                                    Marco Alexandre da Costa Rosário nasceu na cidade de Belém, Estado do Pará, Brasil, em 7 de fevereiro de 1966. Atualmente, Marco Alexandre vive, desde fevereiro de 2003, na cidade de Santarém, Estado do Pará, no meio da Amazônia Brasileira. Ele sempre foi um homem pobre e sempre teve muitas dificuldades para realizar os trabalhos da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum). Entretanto, a partir de 2002, os estranhos livros que ele escreveu começaram a circular pelo mundo e, em 2005, um site foi criado na Internet para comemorar os 21 anos da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum) e da Gravadora Arte Degenerada.

 

Estes são os trabalhos feitos por Marco Alexandre Rosário na Editora Ogmios (Seaculum Obscurum) – Gravadora Arte Degenerada:

 

- Poemas - (poesia/desenhos) - 1984.

 

- Um Conto Sobre a Vida de São Francisco de Assis - (conto/pintura - obra desaparecida) - 1985.

 

- Uns Dias na Infância  - (conto infantil/desenhos) – 1985.

 

- As Cores  - (poesia/pintura) – 1985.

 

- As Flores  - (poesia/pintura) – 1985.

 

-.O Tecelão de Paisagens  - (poesia/música/pintura) – março/1986.

 

- Sete Pérolas para Hollandri - (poesia) – junho/1986.

 

- Surrealística I - (pintura – Obra desaparecida) – 1986.

 

- Iluminuras - As Iluminações que Rimbaud não Iluminou no Jardim das Bonecas Manchadas de Sangue - (poesia/música/pintura) – outubro/1986.

 

- Guirlanda de Flores Sangrentas  - (poesia/música/pintura) – fevereiro/1987.

 

- Surrealística II  - (pintura – obra desaparecida) – 1987.

 

- América Latrina & o Gigolô Americano – (Poesia) – 1988.

 

- Invocações - (Poesia) – 1991.

 

- Amálgama – Uma Coleção de Obscenidades - (Poesia) – 1981-1992. Coletânea com vários poemas.

 

- O Último Círculo de Pedras – (poesia/música/pintura) – (coletânea, incluindo os melhores projetos musicais feitos entre 1981 e 1988) - 1993. (estão inseridas algumas músicas feitas em 2002 e 2003).

 

- Surrealística III – (Pintura) – setembro/2002.

 

- Surrealística IV – (Pintura) – setembro/2002.

 

- Canções para Marina - (poesia/música/pintura) – setembro/2003.

 

- Winona e as Cadeiras de RodasCompacto - (poesia/música) – outubro/2003.

 

- Winona e as Cadeiras de rodasálbum - (poesia/música/pintura) – janeirol/2003 – julho/2005.

 

- New York–Paris – (poesia/música/pintura) – junho/2004 - abril/2005.

 

OBS: Texto escrito em 2002 (com acréscimos em 2005, 2008 e 2011).

 

 

EDITORA MORANGOS & UVAS

(SEACULUM OBSCURUM)

 

EDITORA OGMIOS

(SEACULUM OBSCURUM)

 

         GRAVADORA ARTE DEGENERADA

 

SÉRIE BLITZBUCH

 

(1984 – 1993)

 

(2002-2005)

 

O ÚLTIMO CÍRCULO DE PEDRAS

 

1ª EDIÇÃO: 1994

 

2ª EDIÇÃO: 2005 (Com acréscimos em 1996 e 2005)

 

 

“Tudo o que é esquecido

permanece em sonhos obscuros do passado...

ameaçando sempre retornar.”

(Velvet Goldmine)

 

 

Editora Ogmios (Seaculum Obscurum):

 

Website: www.seaculumobscurum.com

 

e-mail: editoraogmios@yahoo.com.br

 




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