AS COMEMORAÇÕES DOS 30 ANOS DA EDITORA OGMIOS (SEACULUM OBSCURUM)/ GRAVADORA ARTE DEGENERADA (2014) E AS APRESENTAÇÕES AO VIVO NA UNIFESSPA EM 2015. PRIMEIRA EXPOSIÇÃO ARTE DEGENERADA NA UNIFESSPA (2015).
AS COMEMORAÇÕES DOS 30 ANOS
DA EDITORA OGMIOS (SEACULUM OBSCURUM)/GRAVADORA ARTE DEGENERADA.
Em 2014, a Editora Ogmios (Seaculum
Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada completou 30 anos de existência. Não houve nenhum
evento comemorativo naquele ano por motivos de ordem pessoal. Mas, em 2015
começamos a realizar eventos comemorativos: duas apresentações/exposições no
Projeto Cultural “Namorada das Artes”, Programa de Extensão da PROEX/UNIFESSPA
(Pró-Reitoria de Extensão), nos dias 21 de agosto e 28 de outubro de 2015,
exposições com banners que traziam fotos, poemas, pinturas e textos escritos
sobre a Editora Ogmios, e lançamento de uma Camisa Oficial.
Em 2016,
continuamos com as comemorações: lançamento de oito músicas/vídeos no YouTube,
criação de um Blog (com vários textos sobre os poemas/música que foram lançados
no YouTube), abertura de páginas no Facebook, no YouTube, no Twitter, no LinkedIn,
no Instagram e no Wikipédia, homenagens feitas no Facebook para músicos e
bandas de música que influenciaram a Editora Ogmios ao longo de 43 anos (desde
1973), criação de Grupos Fechados sobre assuntos relativos à Editora Ogmios
(poesia, música, pintura, cinema e ufologia). E finalizamos tudo com um texto
comemorativo, divulgado através de e-mail. Desde 2005, quando do lançamento do
website seaculumobscurum.com e dos Livros-Música enviados a diversas
autoridades, a Editora Ogmios não tinha tanta divulgação. Porém, o ano de 2016
foi um ano pesado e que merece ser esquecido. Agora, vamos comentar brevemente
as duas apresentações no Projeto Cultura “Namoradas das Artes”, ocorridas no
ano de 2015, e a inserção da Editora Ogmios em outras mídias.
PRIMEIRA APRESENÇÃO NO EVENTO “NAMORADA
DAS ARTES”/PROEX-UNIFESSPA – 21 DE AGOSTO DE 2015.
Primeira Exposição Arte Degenerada na Unifesspa (28/10/2015)
De
início, para comemorar os 30 anos da EDITORA OGMIOS (SEACULUM OBSCURUM)/GRAVADORA
ARTE DEGENERADA (1984/2014), fizemos duas Exposições/Apresentações no Campus I
da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará-UNIFESSPA, nos dias 21 de
agosto e 28 de outubro de 2015, no evento cultural denominado de “Namorada das
Artes”, idealizado e promovido pelo Professor Evandro Medeiros, da Pró-Reitoria
de Extensão-PROEX, da UNIFESSPA. Assim, agradecemos aos convites do Professor
Evandro Medeiros. Na verdade, nem pensávamos em fazer tais eventos. Mas, na
manhã do dia 21 de agosto de 2015 eu vi um vídeo dos Beatles na Internet
tocando a música “If I Needed Someone” (composição de George Harrison, do álbum
Rubber Soul, de dezembro de 1965) no Candlestick Park (San Francisco,
Califórnia, USA), no que foi a última apresentação ao vivo dos Beatles (29 de
agosto de 1966). O vídeo era constituído de fotos e filmes do show, indo da
chegada à saída dos Beatles do local da apresentação. Eu nunca tinha ouvido “If
I Needed Someone” ao vivo, e achei aquilo tão fantástico que resolvi tocar no
evento do Prof. Evandro. Imediatamente, comprei cordas para a guitarra e o
violão, e fiz um breve ensaio... e tudo foi feito de improviso, como é a
tradição na Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada. Tudo
Arte Degenerada.
Na
primeira Exposição/Apresentação, realizada em 21 de agosto de 2015,
apresentamos somente quatro músicas:
- “The Zodiac”
(do Livro-Música “Great Party, Isn’t it?”, janeiro/2008, música composta em
2007 – último trabalho da Editora Ogmios);
- “Abertura - O Princípio (Uma Dança Cerimonial -
Parte I)” (do Livro-Música “Iluminuras - As Iluminações que Rimbaud não Iluminou no Jardim das
Bonecas Manchadas de Sangue”, de outubro/1986);
- “Concerto
para os Pássaros” (música composta em 1983, e gravada em 1993 para o Livro-Música
“O Último Círculo de Pedras” – coletânea, com os
melhores projetos musicais feitos por mim entre 1981 e 1988);
-
“Rock and Roll/ Ela Brilha como Mil Sóis - Partes I e II” (do Livro-Música
“Winona e as Cadeiras de Rodas”, de setembro/2002 – julho/2005).
Todas estas músicas são de minha autoria.
Nesta
primeira apresentação realizada na UNIFESSPA, pela primeira vez na história da
Editora Ogmios tive a colaboração de dois músicos extras (ou seja, não houve
ensaio prévio, foi tudo feito no momento da apresentação): o
violonista/guitarrista Conrado Reche Graff e o baterista Felipe Ramos. Na
verdade, eu sempre uso a bateria do pedal de guitarra, mas, naquele dia, deixei
o Felipe tocar bateria na Editora Ogmios.
SEGUNDA APRESENÇÃO/EXPOSIÇÃO NO EVENTO
“NAMORADA DAS ARTES”/PROEX-UNIFESSPA – 28 DE OUTUBRO DE 2015.
A
segunda Exposição/Apresentação comemorativa dos 30 anos, também realizada no
Campus I da UNIFESSPA, em 28 de outubro de 2015, foi muito mais elaborada.
Além
das músicas, fizemos exposição de textos, fotos, pinturas e poemas da Editora
Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada através de banners.
O
banner principal tinha uma fotografia de soldados americanos da 1ª Guerra
Mundial, e foi a imagem símbolo dos 30 anos da Editora Ogmios (Seaculum
Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada (1984/2014) e da apresentação/exposição,
imagem esta que também foi inserida na camisa comemorativa dos 30 anos da
SEACULUM OBSCURUM, também lançada no evento naquele dia (trata-se de uma
homenagem aos mortos da 1ª Guerra Mundial – 1914/1918), já que em 2014 fez 100
anos da 1ª Guerra. Outro banner continha os textos com um resumo da história da
Editora Ogmios e fotos minhas com meu violão Del Vecchio (que está comigo desde
1981 e no qual fiz quase todas as minhas músicas) e com a guitarra Gibson Les
Paul (que comprei em 2005, em Santarém, e na qual compus a música “The Zodiac”
e outras mais) e outros instrumentos musicais com que fiz e gravei minhas
músicas (o violão Del Vecchio, o teclado Yamaha, o violino, gaitas, flautas,
prato, etc.). Havia também uma pintura feita em 2001, da série “Vermelho”.
Os outros banners
continham outras pinturas da série “Vermelho”, da série “Fadas” (que são
pinturas/colagens, com desenhos tirados de revistas, também de 2002), a capa do
livro “As Flores”, de 1985, pinturas feitas para o Livro-Música “Winona e as
Cadeiras de Rodas” de 2005 (com fotos dos índios americanos Cavalo Doido e
Touro Sentado), e uma página com desenho do Livro-Música “O Tecelão de
Paisagens” de 1986. Havia também um banner exclusivo que continha o poema
original “Lírio” e a pintura referente ao mesmo poema, tudo feito em 1985.
Com
relação à música, foram tocadas as seguintes peças:
- “The Zodiac”
(2007);
- “Abertura - O Princípio (Uma Dança Cerimonial -
Parte I)” (1983/1986);
- “Concerto para os
Pássaros” (1983);
- “Lisa Tocando
seu Violino em Meu Deserto” (do Livro-Música “Guirlanda
de Flores Sangrentas”, de fevereiro/1987, erroneamente anunciada por mim como
“Prelúdio - Monna em Seu Leito de Morte”, que é outra música do mesmo
Livro-Música);
-
“Snoopy a Vida é um Circo” (música composta em 1986 e inserida em
1993 no Livro-Música “O Último Círculo de Pedras” –
coletânea, 1981/1988);
-
“Concerto em Dó Maior” (música composta em 1981, e gravada em 1993
para o Livro-Música “O Último Círculo de Pedras” –
coletânea, 1981/1988 – essa foi a primeira peça musical composta por mim em
minha vida).
Para encerrar a apresentação musical,
toquei duas músicas que não são de minha autoria:
- “Blackbird” (John Lennon/Paul McCartney,
The Beatles, “White Album/Álbum Branco”, 1968);
- “Stairway to Heaven” (Jimi Page/Robert
Plant, Led Zeppelin, Led Zeppelin IV, 1971).
Exceto “The Zodiac”, que foi tocada com
guitarra, todas as outras músicas foram tocadas com violão no evento (novos
violão e guitarra, já que o velho Del Vecchio/violão e a velha Gibson Les
Paul/guitarra já estão aposentados em lugar de destaque em minha residência).
Também exceto “The Zodiac” (2007), todas as outras músicas são da década 1980
do século passado.
Portanto, foi uma apresentação mais
acústica do que a apresentação do dia 21 de agosto, que foi feita inteiramente
com a guitarra. Mais uma vez tive a presença do baterista Felipe Ramos,
juntamente com a guitarrista Savannah Lemos (mais uma vez, tudo foi feito de
improviso, sem ensaio prévio). Foi a primeira vez na história que uma mulher
tocou na
Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada. Assim, fizemos
uma verdadeira exposição “Arte Degenerada” no dia 28 de outubro de 2015.
Com
relação ao poema/música “The Zodiac”, esta foi a única música a ser tocada nas
três únicas apresentações da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte
Degenerada, que ocorreram em Santarém (2007) e Marabá (2015), em 32 anos de
existência do projeto, e foi a única música da Editora Ogmios (Seaculum
Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada que foi simultaneamente gravada e filmada
em 2007, como já dissemos antes.
Já
com relação ao poema/música “Snoopy A Vida é um Circo”, a música e o título
foram um acidente. Eu tinha composto a música em 1984 ou 1985. Então gravei a
mesma numa fita cassete. Eu adoro os desenhos do Snoopy, e no final do episódio
“Snoopy A Vida é um Circo” há uma música engraçada, que parece tocada com
aqueles instrumentos antigos que haviam nos circos, os realejos. Pois bem,
certo dia, em 1986, eu gravei exatamente a citada música do episódio na mesma
fita cassete em que estava gravado a minha música, o que acabou por cortar
parte na minha música. Porém, quando eu ouvi aquilo, notei que a música que eu
fiz se encaixava perfeitamente na música do final do episódio. Por isso deixei
tudo como estava e anos depois, em 1993, inseri a música no Livro-Música “O Último Círculo de Pedras” – coletânea, 1981/1988. Em 2001
fiz o poema para a música. Eu sempre tive um certo dom para fazer bruxarias
musicais. Por exemplo, fazer o velho Del Vecchio/Violão soar como se fosse um
órgão ou um baixo, e muitas outras feitiçarias musicais. Fiz coisas que até hoje,
quando escuto, não entendo como consegui fazer tal som. Os interessados podem
ouvir a versão original de 1986 nos websites da Editora Ogmios.
DIVULGAÇÃO NA MÍDIA EM
GERAL
Adentramos
no ano de 2016 e novas homenagens e eventos foram realizados para comemorar os
30 anos da Editora Ogmios. Neste ano, passamos a inserir a Editora Ogmios em
várias mídias, além dos dois websites. Assim, abrimos uma página no Facebook
(“Marco Rosário” – “Ogmos Seaculum Obscurum”), criamos uma conta no YouTube
(“Ogmios Seaculum Obscurum”) aonde já publicamos oito das mais de quarenta
músicas da Editora Ogmios, compostas entre 1981 e 2008, e também criamos um
blog (“blogspot – Ogmios Seaculum Obscurum”). As músicas (com poemas) que foram
publicadas no YouTube foram divulgadas através de e-mails para pessoas
conhecidas e também passamos a publicá-las e divulgá-las no Facebook. Mais
recentemente, passamos a fazer uma série de homenagens a músicos e grupos de
música que influenciaram a Editora Ogmios na nossa página no Facebook, de 1973
a 2014 (homenagens estas concluídas em novembro de 2016). Também abrimos espaço
no Twitter (“Ogmios Seaculum”), no Instagram (“Ogmios – Seaculum Obscurum”) e
no LinkedIn (“Ogmios Seaculum”). Mais recentemente, também abrimos uma página
no Wikipédia (“Ogmios Seaculum Obscurum”).
Em
novembro de 2016, criamos na nossa página no Facebook uma série de grupos
fechados envolvendo poesia (“T. S. Eliot”, “Ezra Pound”, “William Carlos
Williams”, “William Butler Yeats”, “William Blake”, “Sylvia Plath/Dylan
Thomas”, “Poesia Maldita/Rimbaud/Ducasse e Outros”), música (“Ogmios Seaculum
Obscurum-Homenagens Musicais – trata-se da continuação das homenagens aos
músicos, compositores e bandas que influenciaram a Editora Ogmios, só que agora
em grupo fechado), pintura (“Hieronymus Bosch – Pintura”) e cinema, sendo que
todos esses grupos tem relação direta com a Editora Ogmios.
Ainda
no Facebook, passamos a integrar vários grupos fechados e abertos que tem como
tema arte, música, poesia, etc., sendo que passamos a publicar nestes grupos os
trabalhos da Editora Ogmios, desta forma divulgando ainda mais nossos trabalhos
nos Estados Unidos da América e Europa (e por tabela, no resto do mundo).
NOVOS LIVROS-MÚSICA (2017):
“MÚSICA PARA OS CONTOS FALDUM, AUGUSTO E HANNES, DE HERMANN HESSE” E “OS
ÚLTIMOS PENSAMENTOS, SONHOS E PESADELOS DA BRUXA DO OESTE”.
No ano de 2017 esperamos criar, elaborar e produzir mais dois
Livros-Música. O primeiro deles é uma promessa antiga: fazer três músicas para
três contos do escritor alemão Hermann Hesse, que eu simplesmente adoro
(“Faldum”, “Augusto” e “Hannes”). Infelizmente, a tradução em português dos
citados contos não poderão ser inseridas nos websites da Editora Ogmios, pois
necessitam de autorização da Editora responsável pela publicação dos mesmos em
língua portuguesa.
O outro Livro-Música será o primeiro feito em Marabá-PA e se
chamará “Os Últimos Pensamentos, Sonhos e Pesadelos da Bruxa do Oeste”. Eu já
fiz mais de uma centena de versos e frases soltas para compor os poemas deste
novo Livro-Música, isso desde que cheguei em Marabá, em 2008. Será um
Livro-Música polêmico, com uma poesia e uma música revolucionárias.
CONTOS DE FADAS E A ESTÓRIA
“O HOMEM QUE NÃO TINHA HISTÓRIA PARA CONTAR”.
Para concluir este texto, resolvi inserir um texto sobre um conto de fadas da Irlanda, pelo qual tenho um grande apreço. Espero que todos gostem do mesmo. É sobre a história de um homem que não tinha estórias (contos de fadas) para contar.
“Um homem chamado Brian ganhava
a vida cortando hastes e tecendo cestos para vender. Certo ano tornou-se
difícil encontrar as varetas apropriadas à confecção dos renomados cestos que
faziam sua fama. Eram tempos difíceis para Brian e ele já não sabia o que
fazer.
“Acontece que, bem nas imediações do vilarejo onde vivia, existia um
vale no qual vicejam hastes deslumbrantes. Mas ninguém ousava cortá-las, pois
acreditava-se que o vale era habitado por fadas. Brian não dava crédito a tais
crendices, porém, mesmo assim, as respeitava.
“Como seu negócio ia de mal a pior, Brian decidiu que o vale das
fadas seria a única alternativa que lhe restava. Levantou cedo na manhã
seguinte, dirigiu-se ao vale e em pouquíssimo tempo extraiu dois magníficos
feixes de varinhas. No instante em que os amarrava e se preparava para sair,
formou-se um denso nevoeiro ao seu redor. Com medo de se mexer, sentou e
esperou a névoa se dissipar. Mas ela estava tão cerrada e escura que ele já não
conseguia identificar um palmo diante do nariz.
“Receoso de esperar sequer por mais um minuto, decidiu confiar na
sorte e tentar achar o caminho de volta. Perambulou pelo vale sem nada enxergar
até que percebeu uma luz ao longe e caminhou em sua direção. Não demorou muito
e chegou a uma grande casa. De sua porta aberta e das janelas emanava uma luz
viva.
“Brian enfiou a cabeça porta adentro e avistou um homem e uma mulher
idosos sentados próximos a uma lareira. Eles sorriram e convidaram-no a
aproximar-se do fogo. No decorrer da conversa, o homem solicitou a Brian que
lhe narrasse um conto de fadas.
“ - Isto é algo que jamais fiz em minha vida – replicou Brian. – Não
acredito em fadas e não conheço histórias deste tipo.
“ – Bem – disse a mulher - , então traga pelo menos um pouco de água
para quando sentir sede.
“Brian pegou um balde e caminhou até o poço.
Ao tentar içá-lo, derrubou-o acidentalmente no fundo do poço. Inclinou-se para
apanhá-lo, perdeu o equilíbrio e escorregou para dentro dele. Foi caindo mais e
mais até aterrissar suavemente no fundo. Mas não havia uma gota d’água sequer
no fundo do poço – apenas uma luz. Ao mover-se em direção a ela encontrou uma
casa ainda maior. Em seu interior um grupo de pessoas se reuniam para um
festejo. Uma linda garota saiu da casa e cumprimentou Brian.
“ – É
maravilhoso que você tenha chegado logo agora, Brian! – exclamou
ela. Estávamos a ponto de procurar um exímio violinista para iniciar o nosso
baile. E então você apareceu: o melhor violinista de toda a Irlanda!
“ – Isto é algo que jamais fiz em minha vida.
Não entendo nada de violinos, nem sei tocá-los.
“ – Não me faça passar por mentirosa – disse a linda garota, e com um
sorriso passou às suas mãos um violino e um arco.
“Brian olhou bem para o instrumento, levantou-o à altura do queixo e
começou a tocar. Os convidados riam e dançavam entusiasmados confessando que
jamais tinham ouvido alguém tocar tão maravilhosamente quanto ele.
“Brian sorria satisfeito, espantado com a
recém-descoberta habilidade, quando um homem entrou no recinto e anunciou que
estava procurando um padre para rezar uma missa.
“A bela donzela sorriu novamente e disse: -
Bem, você já pode parar de procurar, pois temos aqui conosco o Brian, que é o
melhor cura de toda a Irlanda.
“Mas nunca fiz isso em minha vida. Não
entendo nada de missas e padres – protestou Brian.
“ – Não me faça passar por mentirosa –
respondeu-lhe a garota.
“E quando Brian se deu conta, já estava diante de um altar, vestindo
uma batina, rezando a missa. E toda a congregação exclamava que ninguém no
mundo celebrava uma missa tão bem quanto Brian.
“Quando Brian saiu da igreja, a jovem garota o aguardava. A seu lado
estavam quatro homens segurando um caixão. Três deles eram baixinhos e o quarto
era bem alto, de modo que o caixão estava nitidamente inclinado.
“Um dos homens advertiu: - precisamos encontrar logo um médico que
encurte as pernas desse grandalhão para que possamos nos nivelar e prosseguir
com o cortejo.
“ – Então vocês já acharam, pois Brian é o
melhor médico de toda a Irlanda – exclamou a garota.
“Brian
protestou mais uma vez: - Eu nunca fiz isso em toda minha vida. Não entendo
nada de medicina.
“ – Não me faça passar por mentirosa – riu a garota e entregou a Brian
uma valise cirúrgica.
“Brian pegou um instrumento cortante na
maleta e serrou as pernas do homem logo abaixo do joelho. Em seguida, removeu
um pedaço da panturrilha de cada uma das pernas e costurou-as de volta. O
grandalhão ficou da mesma altura dos outros três, e Brian, perplexo com o que
acabara de fazer.
“Os quatro homens ergueram o caixão e seguiram com o cortejo. A
garota os acompanhou, mas antes voltou-se para Brian e acenou-lhe com a mão,
convidando-o a juntar-se à comitiva. Brian correu para tentar alcançá-los, mas
não percebeu um buraco no caminho. Tropeçou e caiu, mais e mais, até aterrissar
suavemente no gramado ao redor do poço próximo à casa do casal de anciães.
“Retomou o fôlego e encheu o balde de água. O homem e a mulher
estavam sentados ali junto ao fogo exatamente como os havia deixado. Era como se ele nunca tivesse saído dali.
Pôs o balde num canto e sentou-se entre os dois.
“ – Então, Brian – disse o ancião - , você pode nos narrar um conto de
fadas?
“ – Posso sim – respondeu suavemente Brian. –
Eu sou um homem que definitivamente acredita em fadas e tenho uma boa história
para contar.”
Preto (gato/1983-1989) e Olga Rosário (1909/1998).
Dedicado para Ana Preta (1978-1989), Preto
(1983-1989) e Olga (1909-1998).
EDITORA
OGMIOS
(SEACULUM
OBSCURUM)
GRAVADORA
ARTE DEGENERADA
(1984
– 2014)
10
ANOS DO WEBSITE www.seaculumobscurum.com
(2005/2015)
WEBSITES/FACEBOOK/BLOGSPOT/WIKIPEDIA:
www.seaculumobscurum.com
Ogmios/Seaculum
Obscurum (Marco Rosário) - Facebook
Ogmios/Seaculum.blogspot.com.br
“Tudo o que é esquecido
permanece em sonhos
obscuros do passado...
ameaçando sempre
retornar.”
(do filme Velvet
Goldmine)