Blog do Hektor

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terça-feira, 27 de junho de 2017


LILY (OVERTURE) - LÍRIO

YOUTUBE: OGMIOS SEACULUM OBSCURUM

Link da música "Lily (Overture), também conhecida como "Lírio" e "Lily - Marco's Song", no YouTube:  Lily (Overture - Marco's Song)/2002/2005 - Lírio/1985


PARA OS AMIGOS E FÃS DA EDITORA OGMIOS (SEACULUM OBSCURUM)/GRAVADORA ARTE DEGENERADA. No dia 09 de maio de 2016, finalmente, uma música da Seaculum Obscurum foi lançada no YOUTUBE!!!! A escolhida para inaugurar nossa presença no YouTube foi o poema/Música “Lily (Overture)-Lírio” (basta acessar no YouTube com este título: Lily (Overture) – Lírio – Ogmios/Seaculum Obscurum). O vídeo foi elaborado e produzido por mim e pelo baterista/colaborador da Seaculum Obscurum, Felipe Ramos.

O poemaLírio foi escrito por mim em 1985, para o livro “As Flores” (Poesia), em Belém/Pará (naquela época a Seaculum Obscurum se chamava Editora Morangos & Uvas/Seaculum Obscurum, que foi o primeiro nome dado ao projeto artístico).

Em 2002, Tom Rapp (líder da lendária banda americana de Folk Psicodélico “Pearls Before Swine”, 1967/1971, que eu conheci pessoalmente através de e-mail em 2001 e se tornou um grande amigo) fez uma música para o poema “Lírio”, em Port Charlotte, Flórida, USA. Ele deu o título de "Lily - Marco's Song".


Em 2005, o poema/música foi inserido no Livro-Música “Winona e as Cadeiras de Rodas” com o título Lily/Overture (dedicado à cidade de Port Charlotte, Flórida, USA) e lançado e tornado internacionalmente público também em 2005, através do website www.seaculumobscurum.com A obra foi creditada à parceria “Marco Alexandre Rosário/Tom Rapp”, ou simplesmente “Rosário/Rapp”. Tom Rapp canta e toca gaita (composto e gravado em Port Charlotte/2002), e eu, em 2005, acrescentei o piano (na época, eu morava em Santarém/Pará). A gravação que está no You Tube tem as duas versões: a versão do Livro-Música “Winona e as Cadeiras de Rodas”, com o piano acrescentado em 2005, e a versão original de 2002, só com Tom Rapp cantando e tocando gaita (no final da música, ele fala comigo: “Hi, Marco. I hope like this...”.)

Conheci Tom Rapp e o seu grupo Pearls Before Swine em 1983, através de um amigo, Heitor Meneses, que tinha um exemplar do álbum “One Nation Underground” (primeiro álbum da banda americana), lançado em 1967. O álbum era original e da época, lançado pela gravadora ESP-DISK, em Nova Iorque (os álbuns do Pearls Before Swine, até onde sei, nunca foram lançados no Brasil). Mas não havia fotos e nem qualquer referência à Banda. Achei o álbum “One Nation Underground” fantástico, e o Pearls Before Swine foi uma das principais influências para eu criar a Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada em 1984. Na contracapa do álbum havia um endereço em Nova Iorque (endereço da ESP-DISK na época), então eu escrevi e enviei uma carta para Tom Rapp em 1986, para o velho endereço da ESP-DISK, dezenove anos depois. A carta foi até Nova Iorque e voltou para Belém, com um carimbo informando que aquele endereço não mais existia ou estava incorreto (infelizmente, eu rasguei a carta anos depois).

Foi somente na década de 1990, provavelmente em 1996, que obtive mais informações sobre Tom Rapp e vi uma fotografia dele pela primeira vez. Um amigo meu, Douglas Dias, havia conseguido comprar os Cds dos álbuns “One Nation Underground” (1967) e “Balaklava” (1968), e no encarte dos Cds haviam várias informações sobre Tom Rapp e o Pearls Before Swine.

Em 2001, quando pela primeira vez acessei a Internet, vi um site gigantesco sobre o Pearls Before Swine. Mexendo no site, vi um link que dizia, em inglês, que era para enviar uma mensagem para Tom Rapp. Enviei uma mensagem em português (eu não sei falar ou escrever corretamente em inglês). Foi o primeiro e-mail que eu enviei na vida. Para minha imensa surpresa, três dias depois vi um e-mail de Tom Rapp (foi o primeiro e-mail que recebi na vida). Quase desmaiei. Não conseguia acreditar que, finalmente, quase duas décadas depois de ter conhecido o Peals Before Swine, finalmente eu falava com Tom Rapp. Na resposta ao meu e-mail, Tom Rapp agradecia o contato, mas perguntava se eu não poderia falar com ele em inglês, já que ele, infelizmente, não sabia falar em outra língua a não ser o inglês. E ainda me chamou de “Mr. Rosário”!!! A partir daí, começamos a nos comunicar e ficamos amigos. Ele me enviou o último álbum solo dele (“A Journal of the Plague Year”), lançado em 1999, e eu comecei a enviar para ele os livros da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum). Foi por causa deste contato, em 2001, que a Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada retomou suas atividades, agora em pleno Século XXI (a partir de 2002).

Em 2002, Tom Rapp me informou que iria fazer uma apresentação no Festival Terrastock, em Boston, Massachusetts. Eu havia enviado para ele o Livro “As Flores” (1985), e perguntei se ele poderia recitar um poema deste livro no Festival e falar para os presentes sobre a Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada. Ele concordou e eu traduzi dois poemas (no computador), e um deles foi “Lírio” (“Lily”, na versão em inglês). “Lírio” fora em escrito em 1985, numa madrugada em que eu acordei e praticamente escrevi todo o livro “As Flores”. Na época eu já estava fazendo várias experiências com a poesia. Assim:

Eu escrevi o poema em português primeiramente (1985):

Jardim,
eu
ilumino
Com
meu
brilho
O teu
lamento
Eu me chamo
lírio,
lírio,
lírio,
lírio

Depois, mudei cada palavra para um idioma diferente, e ficou assim, na versão oficial e original, de 1985:

JARDIN

ICH
ILLUSTRO
AVEC
MY
SCINTILLO

O DEIN

LAMENT
JE MI LLAMO
LÍRIO
LÍRIO
LÍRIO
LÍRIO

A versão em inglês (2002), que Tom Rapp musicou, foi traduzida em um computador da versão em português e ficou assim:

Garden,
I
light up
With
My
Shine
Your
lament.
My
Name
Is
Lily,
Lily,
Lily,
Lily

Esta foi a versão que Tom Rapp musicou, e foi a única vez que alguém cantou na Seaculum Obscurum, já que todas as minhas músicas são instrumentais, sem canto.

Obviamente, a versão original (com palavras em vários idiomas) trazia uma grande influência de Ezra Pound (poeta americano; 1885/1972) e da poesia chinesa e de outros poetas também. Não foi uma criação aleatória.

Tom Rapp, porém, não pôde recitar o poema “Lírio/Lily” em Boston, no Festival Terrastock, por falta de tempo e pela desorganização do próprio Festival. Porém, ele disse que faria melhor, que ele faria uma música para o poema. Em novembro de 2002, ele me enviou uma fita cassete com a gravação do concerto de Boston e mais a versão de “Líriocantada em inglês: “lily (Marco’s song)”, com a música composta por ele. Quase não acreditei naquilo. Mas, aí está a o poema/música “Lily (Overture)/ Lírio” no You Tube, 31 anos depois do poema ter sido escrito por mim e 14 anos depois de Tom Rapp ter feito a música para o mesmo.

Até hoje falo com Tom Rapp: sempre envio e-mails e cartões no dia do aniversário dele e no natal. No aniversário de 2015, ele me disse (em inglês): “estou com 68 anos... como isso aconteceu?!!!”. Ainda pretendo ir até Melbourne, na Flórida (onde ele mora), para agradecer o presente de 2002 pessoalmente.

SOBRE TOM RAPP E O PEARLS BEFORE SWINE.

         O Pearls Before Swine foi uma banda americana de folk-psicodélico formada por Tom Rapp em 1965 em Eau Gallie, que agora faz parte de Melbourne, no Estado da Flórida, Estados Unidos da América. A Banda foi formada por Tom Rapp juntamente com alguns amigos da escola em que ele estudava: Wayne Harley (banjo, bandolim), Lane Lederer (baixo, guitarra) e Roger Crissinger (piano, órgão). Tom Rapp cantava e tocava violão e guitarra. O nome do grupo foi tirado de uma passagem da Bíblia em que Jesus fala: “Não lanceis vossas pérolas aos porcos”. O nome do grupo é, portanto, “Pérolas aos Porcos”.

         Tom Rapp nasceu em Bottineau, no Estado de Dakota do Norte, nos Estados Unidos da América/USA, em 1947. Quando criança, a família se mudou para o Estado de Minnesota, que fica a leste de Dakota do Norte (ambos os Estados fazem fronteira com o Canadá). Num concurso de Folk Music (ou algo parecido), realizado em fins dos anos 1950 (1960), em Minnesota, ele ficou em segundo (ou terceiro) lugar, enquanto um tal Robert Zimmerman ficou em quinto lugar (um dia este tal Robert Zimmerman seria conhecido como Bob Dylan). No início dos anos 1960, Tom passou a morar em Melbourne, na Flórida.

         Em 1967, o Pearls Before Swine gravou seu primeiro álbum, o magnífico “One Nation Underground” (Uma Nação Subterrânea), que foi lançado pela obscura e alternativa gravadora ESP-DISK. A ESP-DISK foi um selo independente, fundado por um advogado de Nova Iorque (salvo engano), que tinha dinheiro e bancava e gravava jovens artistas. O Selo/Gravadora dava o dinheiro e o artista produzia a capa dos discos e as músicas como quisesse. Para a capa do álbum do “One Nation Underground”, o Pearls Before Swine escolheu um detalhe do famoso quadro “O Jardim das Delícias”, do famoso pintor europeu do século XV Hieronymus Bosch. Tal Quadro é, na verdade, um tríptico, ou seja, há um quadro central quadrado, e dois quadros complementares retangulares nas laterais. Na capa do álbum do Pearls Before Swine, você vê um detalhe do Inferno. A partir daí, todas as capas dos álbuns do Pearls Before Swine e quase todas as capas dos álbuns solos de Tom Rapp teriam pinturas de pintores famosos de diversas épocas. É uma marca registrada do Pearls Before Swine e de Tom Rapp, que foi imitada até pelo grupo inglês Deep Purple (primeiro álbum, de 1968). “One Nation Underground” foi gravado em maio de 1967, em Nova Iorque, e chegou a vender mais de 200 mil cópias na época, o que era considerado uma boa vendagem para aqueles tempos. As letras das músicas eram críticas contra a guerra e o american way of life, e também falavam de sexo e tinham imagens bastante surrealistas. Foi, na minha opinião, um dos cinco ou seis melhores álbuns lançados em 1967, juntamente com Sgt. Pepers do Beatles, The Piper At The Gates of Down do Pink Floyd (sob a liderança de Syd Barrett), Their Satanic Majesties Request dos Rolling Stones, Winds of Change de Eric Burdon and The New The Animals, os primeiros álbuns dos grupos The Doors e Velvet Underground, e ainda o álbum de Jimi Hendrix e seu grupo, o famoso Jimi Hendrix Experience. Na época, os Hippies de San Francisco (Haight-Ashbury) pensaram que “One Nation Underground” era um projeto secreto envolvendo Bob Dylan e os Beatles, já que não havia fotografias do grupo na capa e contracapa do álbum. One Nation Underground” tinha pérolas como “Another Time”, “Playmate”, “Ballad To An Amber Lady”, “Drop Out!”, “Morning Song” e “Uncle John”, todas compostas por Tom Rapp, além da magnífica e enigmática “The Surrealist Waltz” (“A Valsa Surrealista”), de Lane Lederer e Roger Crissinger.

O segundo álbum do grupo foi o também magnífico “Balaklava”, lançado em 1968 e também pela ESP-DISK, e já sem a presença de Roger Crissinger. A partir daí, o grupo teria várias modificações em sua formação, atestando que o Pearls Before Swine era mesmo Tom Rapp. Na capa do álbum Balaklava se via uma magnífica pintura de Breughel, o Velho, pintor holandês do século XVI, intitulada “O Triunfo da Morte”. No álbum, além de suas composições e poemas, Rapp também musicou um poema de Herodotus (“Translucent Carriages”), e fez uma belíssima versão para a canção “Suzanne”, do compositor e poeta canadense Leornad Cohen, canção que teria também uma versão avassaladora feita por Joan Baez, famosa cantora americana de música de protesto (Folk Music). Havia também a belíssima “There Was a Man”.

Depois de Balaklava, o Pearls Before Swine lançou mais três álbuns: “These Things Too” (1969), “The Use of Ashes” (1970), e “City of Gold” (1971), todos lançados pela gravadora Reprise Records. Depois disso, Tom Rapp iniciou sua carreira solo lançando os seguintes álbuns: Familiar Songs (1972, reprise), Stardancer (1973, Blue Thumb) e Sunforest (1973, Blue Thumb).

         Há uma curiosidade a cerca de uma canção do álbum The Use of Ashes. É sobre a canção Rocket Man, que Tom Rapp escreveu no dia em que Neil Armstrong pisou na Lua (20 de julho de 1969). Na época, ele morava próximo ao Cabo Canaveral e assistia aos lançamentos dos foguetes Saturno (Projeto Apollo).

         Nos anos seguintes, Tom Rapp fez vários concertos e abriu vários shows para artistas famosos, como Bob Dylan. Em 1976, Tom Rapp fez uma turnê na qual abria shows para a famosa cantora, compositora e poetisa americana Patti Smith. Uma dessas apresentações, em Boston, foi sua última aparição como músico/cantor/compositor, encerrando sua carreira artística a partir daí.

          Depois disso, Tom foi para a Brandeis University, formou-se em Direito, e tornou-se um conceituado advogado de direitos civis.

         Só se iria ouvir falar de Tom Rapp e de seu grupo Pearls Before Swine novamente em 1986, quando o famoso e conceituadíssimo projeto musical inglês denominado This Mortal Coil relançou, em seu primeiro álbum, a belíssima canção “The Jeweller” (O Joalheiro), que foi composta e lançada por Tom Rapp no álbum “The Use of Ashes”, de 1970. Numa das edições do jornal de música inglês Melody Maker (ou foi no New Music Express, não recordo mais), de 1986, onde há uma imensa reportagem sobre o primeiro álbum do This Mortal Coil, no qual se fala que o citado projeto musical procurava fazer novas versões de canções antigas, você pode ler: “Você já ouviu falar de Tom Rapp e de seu grupo Pearls Before Swine (The Jeweller)?”. Eu sei disso porque naquela época, em 1986, o Melody Maker (e o New Music Express) chegava em Belém do Pará e era vendido numa livraria da cidade. Eu cheguei a ler este trecho da reportagem na época.

         Tom Rapp somente iria reaparecer em público novamente em 1997, no Festival Terrastock, um festival de música realizado em Providence, Rhode Island, com a banda de seu filho, Camp Shy. E em 1999, ele lançou seu último álbum solo (pelo menos até agora), intitulado “A Journal of the Plague Year”. O álbum foi aclamado pela crítica musical dos Estados Unidos e Europa, e o jornal The New York Times lançou uma bela e longa reportagem sobre o mesmo. Não lembro se é esta reportagem que traz o título “Músico, Advogado e Músico outra vez”. No citado álbum solo, há uma música que Tom Rapp fez para um poema de William Butler Yeats, famoso poeta irlandês, que morreu na década 1930, do século XX (“Silver Apples”). Também há uma faixa bônus em que Tom Rapp fala com a platéia, entre outras coisas, sobre suas aventuras em Nova Iorque, juntamente com o poeta e cantor americano Jim Morrison, da banda The Doors, em 1969 (pelo menos foi isso que o Heitor Meneses entendeu quando ouviu a faixa bônus). E há uma música in memorian para Kurt Cobain, do Nirvana.

         Depois disso, vieram os álbuns tributos (com vários artistas interpretando as canções de Tom Rapp), os relançamentos dos velhos álbuns em edições luxuosas (tanto em vinil como em Cd), e muitas outras homenagens. Vários artistas das Américas e da Europa, e de outros lugares do mundo, se declararam fãs do Pearls Before Swine e citaram o velho grupo da Flórida como uma influência primaria em suas carreiras. Vez por outra ele aparece no Festival Terrastock, ou em outro evento musical. Mas, Tom Rapp não voltou mais para a música. Ele é um conceituado advogado de Direitos Civis na sua velha Melbourne, na Flórida, USA.

Marco Alexandre Rosário
Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada
30 anos (1984/2014)

EDITORA OGMIOS
(SEACULUM OBSCURUM)
GRAVADORA ARTE DEGENERADA

TRINTA ANOS
(1984 – 2014)

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