POEMAS - O INÍCIO DA EDITORA OGMIOS (SEACULUM OBSCURUM) - O PRIMEIRO LIVRO: “POEMAS” (1984).
A Editora
Ogmios (Seaculum Obscurum)/ Gravadora Arte Degenerada teve início em 1984, com o
livro “Poemas”. Na época, estas denominações (Editora Ogmios – Seaculum
Obscurum – Gravadora Arte Degenerada) ainda não existiam.
A primeira
vez que eu tentei escrever um livro foi por volta de 1975. Seriam dois livros:
o primeiro seria uma autobiografia (na verdade, uma espécie de diário), e o
segundo contaria a história do mundo, do começo ao fim da espécie humana no
planeta. Infelizmente, após eu começar a escrever estes livros, ambos
desapareceram misteriosamente de cima da mesa aonde eu os havia deixado. Em
1979 eu escrevi um pequeno poema: esta foi a minha primeira experiência com a
poesia. Já em 1981, na época dos Lesos & Loucos, eu escrevi várias letras
para as músicas que eu e André Sarmanho fazíamos. Em 1982 eu escrevi outro
poema. Era um poema sobre os homossexuais da Praça da República, em Belém: “O
Sonho de João”. Este poema está inserido no livro “Amálgama – Uma Coleção de
Obscenidades”. Trata-se de uma reconstituição do poema original.
Eu
não lembro como foi que eu comecei a escrever e a produzir o livro “Poemas”,
mas lembro que este fato teve a influência do grupo Pearls Before Swine, da
gravadora deles a (ESP-DISK) e do poeta inglês William Blake (1757-1827). Foi
nessa época que eu conheci o trabalho de Blake e fiquei fascinado pela obra que
ele deixou. Também devo citar a influência de Hermann Hesse e de vários poetas
e escritores brasileiros. Inicialmente, o título do livro seria “Amálgama”.
Porém, eu mudei de idéia. Os poemas foram escritos à mão, em estilo gótico (as
letras eram desenhadas). A idéia que eu tinha era escrever um livro que não
tivesse fim. O livro jamais terminaria. Este livro abre com uma citação do
Evangelho de São Mateus (inspiração direta do grupo Pearls Before Swine). Há
vários poemas neste livro, a maioria com uma certa tendência para o romantismo
brasileiro. Porém, já aparecem nele poemas com características surrealistas,
alguns escritos com palavras de vários idiomas (grego, latim, inglês, francês,
alemão, espanhol, russo e até mesmo com palavras de idiomas de tribos indígenas
brasileiras). É o caso dos poemas “Mensageiro dos Portais de Vidro da Loucura”,
“Refrações da Infância”, “Zácrata”, “Subterrâneo do Delírio”, “Woodstock,
Haight Hashbury, (Paz e Amor)”, “Poema Circular”, “Poema para o Silêncio” e
“Algumas Palavras (A Escada)”. Algumas palavras um criei (por exemplo: a
palavra Zácrata) e há um poema totalmente escrito em língua espanhola. É um bom
livro e já apontava, naquela época, para a direção que a Editora Ogmios iria
tomar: um surrealismo nebuloso, obscuro, sombrio, com a criação e fusão de
palavras e a construção de frases formadas por palavras de vários idiomas.
Infelizmente, alguns poemas se perderam ao longo dos anos e tiveram que ser
reconstituídos em 2002.
hhh
POEMAS
MARCO
ALEXANDRE
DA
COSTA ROSÁRIO
%
%POESIA%
%
EDITORA MORANGOS E UVAS
(SEACULUM
OBSCURUM)
*BLITZBUCH*
*1984*
Nolite Sanctum Dare
Canibus
Nec Mittatis
Margaritas
Ante Porcos
Ne
Conculcêt Pedibus Et
Côuersi
Dirumpat Vos
Ihr Fout Daz Beiligtum Nicht
Den Hunden Geben, Und Eure
Berlen Follt Ihr Nicht Vor Die
Gäue Merfer, Auf DaB Fie Die
Felben Nicht Zertreten mit Ihren
Jüben Und Fich Menden
Und Euch Zerreiben
Give Not That Which is
Holy Unto The Dogs,
Neither Cast ye your
Pearls Before Swine
Lest They Trample Them
Under Their Feet, And Turn
Again And RendYou
Ne Donnez
Pas Les Choses
Saintes
Aux Chiens Et Ne Jetez
Pas Les
Perles Devant Les
Pourceaux,
De Peur Quils Ne
Les
Foulent Aux Pieds Et Que,
Se
Tourant Contre Vous
Ils Ne
Vous Déchirent
Não Deis Aos Cães
O Que é Santo, Nem
Lanceis Aos Porcos
As
Vossas Pérolas,
Para
Que Não Suceda Que
Eles As Calquem Aos
Pés e, Voltando-se
Contra
Vós, Vos Dilacerem.
SUMÁRIO
1.
ISABELLE
2.
RAMZA
3.
ANDREA
4.
SILVANA
5.
DOCE ILUSÃO
6. MENSAGEIRO DOS PORTAIS DE VIDRO DA LOUCURA
7.
REFRAÇÕES DA INFÂNCIA
8.
ZÁCRATA
9.
LEMBRANÇAS DE UM AMIGO
10.
SUBTERRÂNEO DO DELÍRIO
11.
BELA CRIANÇA
12.
MENINO POBRE
13.
SIR GALAHAD ENTRE AS FLORES DA PRIMAVERA
14. AS PÉROLAS
15. WOODSTOCK, HAIGHT HASHBURY, (PAZ E
AMOR)
16.
POEMA CIRCULAR
17.
POEMA PARA O SILÊNCIO
18.
ALGUMAS PALAVRAS (A ESCADA)
19.
FOGO, ÁGUA, SOLO
20. EL
CANTO DEL PÁJARO DEL TIEMPO
21. DO
OUTRO LADO DA PORTA
22.
RAIOS DA MANHÃ
23. (Fragmento de um poema
não identificado)
ISABELLE
Na beira do mar
As palavras adormeceram
Envoltas nas ondas
Olhos azuis
Grandes olhos azuis
Bela mulher européia
Adormecida em meu corpo
Algodoal
Algodoal
Algodoal
Algodoal
*Poema reconstituído em 2002.
RAMZA
Finos lábios
Da doce burguesa
Que me leva em seu carro
Para minha casa
Como num sonho
De
Criança pobre
Orações na noite
Enquanto o carro
Segue um rumo desconhecido
*Poema reconstituído em 2002.
ANDRÉA
Os sonhos ocultos
No pátio do colégio
São agora convertidos
Em Desejos proibidos
Num quarto
A mulher de cabelos negros...
Quanto encanto
Escondido
No tempo noturno
*Poema reconstituído em 2002.
SILVANA
Guinnevere
Cabelos dourados
Mamilo rosa
Olhos azuis
Estranho encanto
Confinado
Na escuridão do cérebro
Guinnevere
Guinnevere
Sorriso lapidado
No vento
Guinnevere
*Poema reconstituído em 2002.
DOCE ILUSÃO
I
Doce Ilusão é a Vida Para
Quem
Ama, Ilusão de Dor e
Angustia.
Bolas
Coloridas Correm No
Coração
de Antônio.
Isabela
na Janela a Chorar,
Espera
Antônio Que Não Quer
Chegar.
II
Misturar
Com as Lágrimas de
Isabela.
Antônio
Caminha Vagaroso Pela Rua
Enquanto
Pensa em Isabela.
Ele
tem Outra No Coração.
Isabela
Na Janela, Antônio Na Rua
A
Olhar a Chuva Que Cai.
III
Chegou.
Isabela Não Está Mais
Na
Janela e a Chuva Parou.
Seu
Coração se Despedaçou
Como a
Gota de Orvalho Que
Vai ao
Chão.
Tudo
Não Passou de Ilusão.
IV
Dura é
a Vida Para Quem Ama
E Duro
é o Caminho a ser
Seguido.
Doce Ilusão Que o
Destino
Encarrega-se de
Destruir.
Dura é
a Vida Para Quem
Nunca
Amou.
MENSAGEIRO
DOS
PORTAIS
DE
VIDRO
DA
LOUCURA
Doce Criança Triste,
Farfalhando
as Asas
Sobre a
Incansável
Canção do
Vento.
II
Silencioso
Portal de Vidro,
Gentil
Sombra Fina de
Loucura,
Túnel Crepuscular
Decadente,
Sepultura de Cristal.
Tristonho
Cadáver em
Putrefação,
a Terra
Levará
Tuas Entranhas.
Cálido
Seio na Escuridão,
Cravado
Por Trêmulas
Mãos
Envelhecidas.
No Lago
do Firmamento
Melancólica
Canção foi ouvida,
Vinda de
Estranhos Rostos
Entristecidos.
Ninfas Brancas
Passam
Encantando os
Moribundos.
III
Doce
Criança Envelhecida,
Fiando
Antigas Palavras
Sobre os
Retalhos do
Passado.
Teus
Olhos Devorando
as
Entranhas da minha
Alma.
Rua
Deserta,
Quem
Passa Não Percebe
o Quanto
Ela Envelheceu.
Mas tu, Minha
Amiga,
Percebes.
Percebes Que Só
Se
Conhece a Felicidade
Com a
Morte.
REFRAÇÕES DA INFÂNCIA
Longos Cabelos Caminham
Pelas
Flores Da Janela.
Sons
Coloridos Jorram de
Rostos
Desconhecidos.
Paredes
Cor de Rosa.
O Azul
é Verde,
O Verde
é Azul.
Sussurros
Atrás da Porta.
Voz
Sufocada, Arrogante,
Arrastada,
de Alguma
Mulher,
Embaçada de Dor.
Vidraças
Coloridas, Verde, Azul,
Rosa,
Lilás, Vermelha, Torturam-me
os
ouvidos.
Jardins
Perdidos,
Passeio
Inacabado,
Noite
Sufocante,
Barulho
Agudo,
Casa
Deserta,
Quarto
Vazio e Escuro,
Medo da
Solidão.
Alguém
Saiu, Escondeu as
Chaves
e Deixou-me
Oculto,
emparedado Nos
Sons
Alucinantes e Cores
Berrantes.
Uma
Mulher Com Longos
Cabelos
Arranca Um Grito
Sofredor
das Paredes.
Olhos
Claros, Multicores.
Rua Solitária,
Vitrais
Coloridos,
Noites
Abafadas,
Vozes
Perdidas,
Gritos
Desesperados.
Há
Sangue e Tristeza
Na
Casa.
Os Anos
Passaram,
Algo
Ficou Perdido.
O Tempo
Arrastou
as
lágrimas e não
Deixou
Ninguém nada Contar.
ZÁCRATA
Morta Tempestade Solitária
Se Ouve a Distância, Trazendo
Lembranças
de Teu Belo
Rosto Infantil.
Queria eu tocar, uma última
Vez , as Mãos em teus alvos
Seios, e te Oferecer Mais Uma
Colher do Meu Sangue
Agora, envolto na Mortalha,
Adormeço no Seio da Ilha
de Zácrata, e Sinto a Falta
do Perfume de teus Cabelos.
As Ondas do Oceano
Invadem os Portões de
Ferro do Castelo da
Solidão.
Ao Longe se
Ouve a Bizarra Dança
dos Garfos. Os Olhares
dos Hipogrifos torturam-me
a alma.
Vês, Minha Bela,
a Solidão de teu
Amado.
Todas as noites adormeço
Olhando da Masmorra as
Ondas do Oceano, Desejando
Teu Corpo Perto do Meu.
Tocar tuas Mãos já
Seria um Alento.
Se pudesse eu sair Deste
Castelo,
e Ouvir uma Vez
Só o Doce Alaúde, Correria
Contigo Pelos Campos de Cristal
Em Busca da Eternidade.
Estranha Ilha de Zácrata,
Por quê me tiraste minha
Amada!
O Estrondo da Arrogante
Dança de teus Garfos Não me Agrada.
Estou Recluso
Aguardando
o Crepúsculo
de
Meu último Delírio, Consolando-me
Em Rebuscar no Relicário
a última Lembrança e os
Delicados Fios de Cabelo
de minha Amada.
LEMBRANÇA DE UM AMIGO
Bom foi ter te
Conhecido
na Caminhada
de
minha Vida.
Aqueles
Belos Dias
Jamais
Esquecerei, Por
Mais
Que a Fina Brisa
do
Tempo Leve de Mim a
Recordação
do Teu Rosto.
Bom foi
Ter Passado a
teu
Lado Aqueles Bons
Momentos,
e Sei Que Onde
Estiveres
ainda te Lembras
de teu
velho Amigo. Talvez
te
Reste um Pouco de Amor,
no
Coração, Daquela Moça
a Quem
tanto Amavas.
Também
no meu Ainda Resta
a Doce
lembrança da minha
Bela
Amada.
Mas o
tempo passa,
Companheiro,
Separando
Aqueles
Que um Dia Tanto
Se
Amaram.
Passa
sem Resposta,
Deixando
Apenas Uma
Triste
Recordação de
um
Terno e Alegre
Passado.
Sim,
Aqueles Foram Belos
Dias,
Cheios de Cores e
Sonhos,
de Inocência e
Fantasia.
Mas
tudo Passou, e tudo
o que
um Dia foi Novo e
Juvenil
a Ferrugem do
Tempo
Corroeu, Deixando
Como
Recordação Apenas
estas
Tristes e Antiquadas
Palavras.
Sim, os
Anos Passaram e o
Poeta
Que tanto Almejava a
Liberdade
Tonou-se
Escravo
da Solidão e da
Saudade.
Cada um segue Alheio
Seu
Caminho, e Cada um
Caminha
Solitário Pelas Ruas
do
Passado. Os Anos Passaram
e quase
nada deixaram
Além do
som da tua
Bela
Voz e a Lembrança
de teu
Rosto. E Agora, abro
as
Velhas Portas da
Saudade
e Caminho, Calado,
Pelos
Campos do Passado,
e uma
Grande e Triste
Lágrima
Brota dos meus
Olhos
Quando Encontro na
Prateleira
da Memória o
Teu
Velho Retrato
Empoeirado.
SUBTERRÂNEO
DO
DELÍRIO
I
Fonte Cristalina de
delírio,
Jorrando Lágrimas para
O Destino, Lamentando o
Desespero do fim do Dia.
II
Sobre o Banco do Jardim,
Adormecidas pelas Cinzas do
Entardecer, Estão as Portas
Do Subterrâneo do Delírio.
Abro-as sem Ruído Fazer;
Caminho Por suas Ruelas,
Cercado pela Escuridão.
III
No Grande Cemitério
A Morte e a Solidão,
de Mãos dadas, Percorrem
as Profundezas da Alma
do Enlouquecido Barqueiro
do Mar de Delírios.
IV
Caminho entre Sepulturas
De Antigas e Estranhas Almas.
As Portas do Grande Salão
Abrem-se Diante de meus
Olhos.
Velhas Pinturas Cobrem
as Paredes....Tudo é pó.
Detrás de uma Enorme
Cortina Surge uma Mulher.
Atravessa, Desesperada, o
Grande Salão, em Busca
da Eternidade. Mas as
Vozes Não Mentem.
- Ela Está Morta.
V
Rosto Pálido de Criança,
as Palavras Consoladoras
o Tempo Sepultou
BELA
CRIANÇA
Muito Pouco Restou
de ti, Bela Criança.
Os Cabelos que antes
eram Dourados como
Ouro, agora são negros
como as frias noites
de inverno. Da tua
Fina Pele Restou uma
enrugada e feia mortalha, que a
Ninguém mais dá felicidade.
Muito Pouco Restou.
Dos teus olhos, que
Antes a todos agradavam,
Restam olhares Calados,
Cansados de tanto ver e
Chorar. Olhares que não
Agradam mais as Meninas
dos Grupos Escolares.
Muito Pouco Restou de ti, Bela
Criança. Teu coração, que antes
Fora Belo e Orgulhoso, transformou-se
em uma rocha onde as ondas
do mar Batem sem parar,
Ano Após Ano, Século após
Século.
Não sentes, Bela Criança, a
Falta de uma Mão Fina e
Delicada para Acariciar teus
Negros Cabelos?
Não te tortura, Bela Criança,
a Solidão de teus Dias?
No Passado tiveste quem
Te Amasse e que por ti
Daria a Vida. Naqueles Dias
Não deste tanta importância
Assim. Na Aurora de tua
Vida Desprezaste o Amor
Alheio.
Mas Agora, Sentada No Último
Banco do ônibus, não tens
Uma Casa para Acolher-te.
Ninguém mais quer ouvir tuas
Lamentações. Teus Belos Olhos
a ninguém mais traz alegria.
Todos cansaram do teu cinismo.
Pareces Velho e Entristecido,
com os olhos voltados para
fora do ônibus, contemplando as
tristes construções da cidade
Velha, Procurando Alguma
Moça Que faça-te Feliz Novamente.
Estais Cansada de uma vida
Sem Companhia, Cansada de
tanto Andar pelas Ruas Desta
triste Cidade. E
trazes uma antiga Lembrança
de Alguém que no Passado muito
Amavas. Trazes uma Bizarra
Canção Dentro do teu peito Que,
Vez por outra, Soa Clara e
Insistente, e ainda te traz
Alguns Momentos de Felicidade.
É... Muito Pouco Restou.
Daquela Bela Manhã Resplandecente
Restou uma Noite triste e
Quente.
Daquela Bela Criança Restou
Um feio e triste Velho.
Daquela Linda Primavera
Restou um duro e longo
inverno.
E hoje, quando olho-te no espelho,
Bela Criança, compreendo porque de ti
tão pouco restou.
MENINO POBRE
Menino Pobre
Andando na Solitário Rua
Sobre a Pálida Luz
dos Postes,
Deixando uma Lágrima
Menino Pobre
na companhia de
Estranhos Homens,
Vendendo Jornal na
Triste Manhã de Domingo.
Sobre os Corações de Pedra
Desta Cidade,
Ele Descansa seu Rosto
Nas frias Calçadas
Do Inverno.
E quando o Natal Chega
Ele pode ver o Menino
Rico sorrindo com seu
Brinquedo.
Então, Ele Partirá Silencioso
Pela Rua da Solidão.
Menino Pobres
Perdidos na Multidão
Levando o Silêncio
da Madrugada
Com Lágrimas em
Seus Corações.
SIR GALAHAD
ENTRE AS
FLORES
DA
PRIMAVERA
Sir Galahad
Entre as Flores
da Primavera
Caminha em Busca
do Santo Graal.
Somente homens
de Puro Coração
Podem Ver as
Ocultas Flores
de Deus.
Sir Galahad
em Busca
do Santo Graal entre
as Flores da Primavera.
Seus Olhos
Contemplam
o Céu Azul em Torno
de seu Coração.
Oh Galahad!
As Espadas
dos Homens não
Criam felicidade,
Apenas semeiam Guerra
E Tristeza.
Entrega Tua Vida
ao Salvador
e as Flores da Primavera
serão Eternas
Oh Galahad!
O Senhor Está Entre
as Flores do Teu
Coração de Criança,
e os Sorrisos de Alegria
de teus Lábios
Só Encontram a Eterna Caminhada
na Eterna magia.
Sir Galahd Anda
Pelas Montanhas Verdes
do Reino de Longres
Em Busca do
Santo Graal
Sorrindo para as Flores
da Primavera.
AS PÉROLAS
O BARCO
Muitas Vezes
o Barco de Minha Vida
Navega Sem Rumo.
O Senhor me Conduz
Novamente a um Porto Seguro.
Por Distantes Terras
Tenho Andado,
Mas Ele Vem Sempre
e com suas mãos
Me Conduz para uma
Nova Manhã
de Sol.
Ele me deu
Pérolas de Eternidade;
Sempre as Perdi,
E Agora Peço Perdão.
No Céu Há Tesouros
Eternos.
WOODSTOCK, HAIGHT
HASHBURY, (PAZ E AMOR)
I
Paz, Paz, Paz, Paz,
Paix, Paix, Paix, Paix,
Pace, Pace, Pace, Pace,
Peace, Peace, Peace, Peace,
Friede, Friede, Friede, Friede,
Pacem,
Pacem, Pacem, Pacem,
a Flor Vencerá o Canhão.
II
Era de Aquário
III
Amor, Amor, Amor, Amor,
Amour, Amour, Amour, Amour,
Amore, Amore, Amore, Amore,
Love, Love, Love, Love,
Liebe, Liebe, Liebe, Liebe,
Amorem,
Amorem, Amorem, Amorem
a Paz e o Amor são mais
Temidas que a Guerra e o Ódio.
IV
Deixe o Sol Brilhar.
POEMA
CIRCULAR
POEMA
PARA O SILÊNCIO
ALGUMAS
PALAVRAS
(A
ESCADA)
FOGO, ÁGUA, SOLO
Espero Que
tu Decifres minha
Música Porque ela
foi feita por
Deus, e a
Escute com o
Espírito
e não com
o Ouvido.
Eu Posso Apenas
te Mostrar o
Caminho, mas não
te Obrigarei
a segui-lo. Tu
és Livre para
Escolher.
É Apenas a
Grandeza do Fogo
É Apenas a
Grandeza da Água.
É Apenas a
Grandeza do Solo.
Espero Que tu
Decifres as
Flores porque elas
Foram Feitas
Pelo Criador, e
as Sintas com o
Olhar
e não com
as Mãos.
É Apenas a
Criação do Sol.
É Apenas a
Criação do Mar.
É Apenas a
Criação da Terra.
Espero Que tu
Decifres o
Amor Porque Ele
está Dentro
de Nós.
É Apenas a
Vontade do Criador
É Apenas o
Desejo do Criador.
É Apenas a
Criação.
EL CANTO DEL
PÁJARO DEL TIEMPO
Sobre
Uno Pájaro Del Tiempo.
De su Canto
Traduce
Todo Lugar, Ella
Tiene
Del Creador.
DO OUTRO
LADO
DA PORTA
Azuis Nuvens Passam
em Frente a meus Olhos,
Perdidas Dentro do Meu
Quarto. Passam em Frente
Ao Espelho, Dando Enormes
Gargalhadas Sinistras,
Possuidoras do Destino
de Algum Manicômio.
Espectros Multicores
Atravessam meus Livros,
Bloqueando o Corredor
das Portas da minha
Mente.
O Seio Branco
de uma Estranha Mulher
Encara-me, Torturando meus Sonhos.
Meus Trêmulos Dedos
Atravessam sua
Carne sem Vida, Minha
Boca Arranca-lhe
Suspiro e Agonia.
Seus Olhos Apavorantes
Penetram no Doce Odor
Vermelho das Notas
Musicais Que Jorram
das Paredes.
Estranhos Pássaros Voam
Entre as Cortinas de meu
Pesadelo, Estranhas Cortinas
Cinzentas Cheias de Medo.
Um verme Dilacera, com
Uma Espada de Lágrimas,
Metade de minhas veias.
O Que Existe do Outro
Lado da Porta? Existe um
Enorme Deserto de Areia
Azul.
Há Vozes Antigas e Bizarras,
Vozes Que a Tempestade
Leva Para as Profundezas
do Oceano. A Solidão
Descansa Num Banco
Olhando a Imensidão.
Lagos Antigos Aprisionam
Rostos Entristecidos.
Tudo isso há do Outro
Lado da Porta. Um Mar
Sobre o Deserto Agita
Suas
Ondas Contra o
Firmamento.
Visões Perdidas no
Fundo de um Copo
de Vinho.
RAIOS DA
MANHÃ
A Manhã já vem Raiando
E eu ainda estou Aqui.
A Cidade já está Acordando,
o Mar já está Brilhando,
o Vento Arrasta meus
Pensamentos, e o som
Ainda é o do meu Coração.
O Sol já está Brilhando
Para a Vida.
O Sol já está Brilhando
Para o Dia.
A Solidão ainda é minha Companheira.
As Lágrimas escorrem dos
meus olhos, e eu ainda estou Aqui...
Esperando Alguém Que jamais retornará,
e a Noite já vai embora,
Eu Ainda Estou Aqui.
(Fragmento de um poema não identificado)
Veio a Noite... uma Lança
Romana Atravessou seu
Coração,
e o Dia Que era Belo
Ficou Triste.
Mas Outro Dia Nasceu
e, como as Flores da Aurora,
Ele Renasceu
e Trouxe aos Homens,
o Eterno Reino Deus.
EDITORA OGMIOS (SEACULUM OBSCURUM)/
GRAVADORA ARTE DEGENERADA
1984-1993
2002/2011
A
Editora Ogmios (Seaculum Obscurum) – Gravadora Arte Degenerada foi um projeto
de arte experimental, criado por Marco Alexandre da Costa Rosário, envolvendo
poesia, música e pintura, o qual teve sua existência entre os anos de 1984 e
1993, e foi novamente iniciado a partir de 2002. Seu primeiro nome foi Editora
Morangos & Uvas (Seaculum Obscurum), denominação esta que foi usada até
1986. Este nome foi inspirado pelo quadro “O Jardim das Delícias”, de Hieronymus Bosch, e pelo filme “Morangos Silvestres” (SMULTRONSTÄLLET), do diretor sueco
Ingmar Bergman. Ogmios é uma antiga divindade celta, conhecida também como o
Velho Calvo. Segunda a lenda, de sua língua saiam fios de ouro que enlaçavam as
orelhas das pessoas e elas eram forçadas a ouvi-lo. A palavra latina Saeculum foi alterada: a letra e
troca de lugar com a letra a, formando a palavra Sea
(mar em inglês) culum, ou seja Seaculum Obscurum, ou o mar da obscuridade
secular, que é o modo como Marco Alexandre vê sua época. Todos os livros da
Editora Ogmios (Seaculum Obscurum) pertencem a série BLITZBUCH
(livro-relâmpago). Esta junção de duas palavras alemãs é uma sátira à
Blitzkrieg dos nazistas. Juntamente com a Editora Ogmios (Seaculum Obscurum), em
1986 Marco Alexandre criou a Gravadora Arte Degenerada, uma experiência
alternativa na área da música. A Editora Ogmios (Seaculum Obscurum) teve
bastante influência da música, literatura, pintura e cinema de vários países.
Seus dois princípios máximos eram: a arte não se vende e a arte não
tem fronteiras.
De
todas as obras realizadas pela Editora Ogmios (Seaculum Obscurum), as duas mais
importantes foram os livros Iluminuras e Guirlanda de Flores Sangrentas. Estas
duas obras foram completadas em 2002, pois ficaram inacabadas nos anos em que
surgiram (1986 e 1987). Na verdade, alguns poucos poemas e todas as pinturas
foram elaborados no ano de 2002, com o objetivo de completar estas duas obras.
Depois dos últimos poemas escritos por Marco Alexandre (em 1993), a Editora
Ogmios (Seaculum Obscurum) silenciou por muitos anos, embora alguns pedaços de
poemas isolados tenham sido feitos no transcorrer dos anos. Em 1994, Marco
Alexandre fez uma espécie de coletânea com as músicas que ele gravou em fitas
cassete (até hoje conservadas) entre os anos de 1981 e 1988. Em 2001, Marco
Alexandre conheceu, através da Internet, o músico americano Tom Rapp, líder do
lendário grupo Pearls Before Swine
(1967-1971) e uma das maiores influências da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum):
Marco Alexandre conheceu o trabalho deste grupo em 1983, através do Lp “One Nation Underground”, lançado pela
ESP-DISK em 1967. Tom enviou para Marco Alexandre uma cópia de seu último Cd: A Journal of the Plague Year (1999).
Este encontro estimulou Marco Alexandre a recomeçar seus trabalhos na Editora
Ogmios (Seaculum Obscurum) no ano de 2002: os textos dos livros originais foram
digitados em computador; as músicas foram transferidas para CDs (a partir de
março de 2005), poemas foram reconstruídos, livros inacabados foram
completados, etc. O primeiro livro da nova fase foi a segunda edição do livro
As Flores (de 1985), feita em fevereiro de
Marco
Alexandre da Costa Rosário nasceu na cidade de Belém, Estado do Pará, Brasil,
em 7 de fevereiro de 1966. Atualmente, Marco Alexandre vive, desde fevereiro de
2003, na cidade de Santarém, Estado do Pará, no meio da Amazônia Brasileira.
Ele sempre foi um homem pobre e sempre teve muita dificuldade para realizar os
trabalhos da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum). Entretanto, a partir de 2002,
os estranhos livros que ele escreveu começaram a circular pelo mundo e um site
foi criado na Internet para comemorar os 21 anos da Editora Ogmios (Seaculum
Obscurum) e da Gravadora Arte Degenerada.
Estes
são os trabalhos feitos por Marco Alexandre Rosário na Editora Ogmios (Seaculum
Obscurum) – Gravadora Arte Degenerada:
- Poemas - (poesia/desenhos) - 1984.
EDITORA MORANGOS & UVAS
(SEACULUM OBSCURUM)
EDITORA OGMIOS
(SEACULUM OBSCURUM)
GRAVADORA ARTE DEGENERADA
SÉRIE BLITZBUCH
(1984 – 1993)
(2002-2011)
POEMAS
1ª EDIÇÃO: 1984
1 exemplar.
(Marco Alexandre. Belém, Pará, Brasil)
2ª EDIÇÃO: 2002
1 exemplar.
(Marco Alexandre. Belém, Pará, Brasil)
“Tudo
o que é esquecido
permanece
em sonhos obscuros do passado...
ameaçando
sempre retornar.”
(Velvet
Goldmine)
Editora Ogmios
(Seaculum Obscurum):
Website:
www.seaculumobscurum.com
e-mail:
editoraogmios@yahoo.com.br
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