DOIS LIVROS DE CONTOS, OS LIVROS “AS FLORES” E “AS CORES” E O SURGIMENTO DA EDITORA MORANGOS E UVAS (1985).
Vídeo - Livro "Uns Dias na Infância", de 1985, com músicas da Editora Ogmios:
Em 1985, eu
ingressei no Curso de Direito da Universidade Federal do Pará. Após o livro
“Poemas“, eu resolvi escrever um conto, cujo o título foi “Um conto sobre a
vida de São Francisco de Assis” (1985) (o título original não era exatamente
este, mas o livro contava uma estória sobre a infância de São Francisco). Este
livro já tinha algumas pinturas, uma delas muito bela. Infelizmente, este livro
foi perdido. Após este livro, eu escrevi outro livro de contos: “Uns Dias na
Infância” (1985), que também tinha pinturas e desenhos. Este conto trata de
várias estórias da minha infância, entre elas o meu encontro com a obra dos
Beatles. Neste livro podem ser vistos submarinos de várias cores, lojas de
brinquedos, dançarinas, influências dos livros “Alice no País das Maravilhas” e
“Alice no País do Espelho” (de Lewis Carroll), e uma curiosa cena da passagem
da infância para a vida adulta. Este livro termina com um poema inspirado na
música My Back Pages, de Bob Dylan. Esses dois livros foram feitos no primeiro
semestre de 1985. No segundo semestre daquele ano, eu escrevi, numa única
noite, os livros “As Flores” e “As Cores”. O livro “As Flores” têm várias
pinturas e belos poemas, como é o caso dos poemas “Lírio” e “Gerânio”. Ambos
foram construídos com frases compostas de palavras de idiomas variados (alemão,
italiano, francês, inglês, português). O livro “As Cores” têm poemas mais
longos e as palavras estão dispostas de forma variada. Estes dois livros têm
bastante influência do romantismo e do surrealismo. Há pinturas muito bonitas
também, como é o caso das pinturas “Lírio” e “Violeta”. Minha cor preferida
sempre foi o verde. Quando eu era criança eu confundia o azul com o verde. Há
referências sobre este fato em vários poemas que eu escrevi.
Eu jamais
consegui fazer a capa para o livro “Poemas” (1984). Já para os livros seguintes
eu fiz. Para os livros “Um conto sobre a vida de São Francisco de Assis” (1985)
e “Uns Dias na Infância” (1985) eu fiz capas feitas com cartolina. Já para os
livros “As Flores” (1985) e “As Cores” (1985), as capas foram feitas com
cartolina, envolvidas em feltro (de cor alaranjada) e com os nomes costurados
com lã. Todos esses livros eram feitos de forma rústica e, evidentemente, só
podiam ter uma edição. Por esse motivo eu chamava estes livros de “Livros
Socialistas”, pois já que teriam apenas uma única edição, não poderiam
pertencer a ninguém. Surgia aí a minha idéia de que a arte não pode ser
vendida. Eu acreditava nessas coisas. Eu tinha conhecimento do que havia
acontecido em Haight-Hashbury (1965-1967), as ruas de São Francisco, na
Califórnia, aonde o movimento hippie teve o seu início. Eu vi várias vezes o
filme do Festival de Woodstock (1969), como também o filme do Festival de
Monterey (1967), e eu fiquei maravilhado com as pessoas que tinham participado
daqueles festivais de música. Portanto, eu acreditava que a arte não poderia
ser vendida e que a arte tem um caráter de transformação social imenso. Hoje,
eu não acredito mais nisso. Por outro lado, eu tinha conhecimento sobre as
críticas que algumas pessoas faziam a respeito do Flower Power (Frank Zappa,
álbum We’re Only in it for the Money – “Nós só Estamos Nessa pela Grana”). Eu
sempre admirei Frank Zappa pela coerência que ele sempre teve.
Juntamente
com as capas, surgiu a necessidade de dar um nome para os trabalhos artísticos
que eu estava fazendo e produzindo. A primeira denominação deste projeto foi
“Editora Morangos e Uvas”, que foi utilizada, provavelmente, até o mês agosto
de
Portanto, já
contando com cinco livros, teve início, em 1985, o projeto Editora Morangos e
Uvas (Seaculum Obscurum), série Blitzbuch, um projeto artístico que produziria
poemas e pinturas. Faltava encaixar a música neste projeto.
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