Blog do Hektor

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terça-feira, 27 de junho de 2017


 LISA TOCANDO SEU VIOLINO EM MEU DESERTO

PRÉLÚDIO

YOU TUBE: OGMIOS SEACULUM OBSCURUM

MAIS MÚSICAS NO YOU TUBE PARA OS AMIGOS E FÃS DA EDITORA OGMIOS (SEACULUM OBSCURUM)/GRAVADORA ARTE DEGENERADA. Colocamos mais duas músicas no YOU TUBE: “PRÉLÚDIO” e “LISA TOCANDO SEU VIOLINO EM MEU DESERTO” (basta acessar: Prelúdio – Ogmios/Seaculum Obscurum e Lisa Tocando Seu Violino em Meu Deserto – Ogmios/Seaculum Obscurum). Isto foi feito em julho de 2016. Os dois vídeos, mais uma vez, foram elaborados e produzidos por mim e pelo baterista/colaborador da Seaculum Obscurum, Felipe Ramos (que fez inovações nos dois vídeos).

Prelúdio” e “Lisa Tocando Seu Violino em meu Deserto” são poemas/músicas do Livro-Música “Guirlanda de Flores Sangrentas”, terceiro Livro-Música da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada, elaborado, composto, escrito e produzido em 1987.


Os Livros-Música começaram a ser elaborados e produzidos em 1986. O primeiro foi o Livro-Música “O Tecelão de Paisagens” (elaborado e produzido no primeiro semestre de 1986) e o segundo foi o Livro-Música “Iluminuras” (elaborado e produzido no segundo semestre de 1986). Em 2001, o Livro-Música “Iluminuras” receberia um subtítulo (“Iluminuras - As Iluminações que Rimbaud não Iluminou no Jardim das Bonecas Manchadas de Sangue”), porque, quando em fiz este Livro-Música em 1986, eu não sabia que o poeta francês Arthur Rimbaud também tinha um Livro denominado “Iluminuras” (ou “Iluminações”), e assim, eu resolvi colocar o subtítulo, sendo que a expressão “bonecas manchadas de sangue” diz respeito a um episódio da Segunda Guerra Mundial, ocorrido em Londres, Inglaterra, quando uma bomba nazista atravessou um Pub e matou várias pessoas que estavam comemorando o aniversário de 15 anos de uma garota, e os corpos ficaram estendidos na calçada da rua, como “bonecas manchadas de sangue”, na expressão de uma testemunha que a tudo assistia.

Esses Livros-Música começaram a ser produzidos em 1986 porque, no primeiro semestre de 1986 eu fui até a casa de uma amiga da época, Carla Morrison (o “Morrison” é sobrenome, e não um apelido), e ela tinha um teclado que podia ser ligado ao aparelho de som, e assim era possível gravar os sons do teclado numa fita cassete. Desta forma, eu fui na casa da Carla Morrison (provavelmente em março de 1986) e gravei as músicas que fiz no teclado (órgão, piano, e outros) numa fita cassete. Com esse material gravado, já na minha casa (na Travessa do Chaco, nº 2623, em Belém, Estado do Pará), eu pegava emprestado um gravador grande de um amigo (um aparelho de som), Marcelo Lima, e um amplificador para ligar o meu violão Del Vecchio com um captador (também emprestado de um amigo chamado Zeca, que hoje mora em Los Angeles, Califórnia, USA), e colocava a fita cassete que eu havia gravado na casa da Carla no gravador grande do Marcelo, ligava tudo e gravava tudo aquilo em outro gravador pequeno que eu tinha na época. Nascia, assim, a Gravadora Arte Degenerada.


Quando a Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada nasceu em 1984, ela não tinha nome nenhum, somente um livro chamado “Poemas”.

Em 1985, quando eu comecei a escrever e elaborar outros livros, resolvi colocar naquilo que eu estava fazendo o nome de “Editora Morangos & Uvas”, que era uma espécie de homenagem ao filme de Ingmar Bergmann (Morangos Silvestres, de 1955) e ao quadro “O Jardim das Delícias” de Hieronymus Bosch (um tríptico, do século XV).

Provavelmente no final de 1985(ou início de 1986), eu acrescentei duas palavras latinas que eu havia visto num livro de gramática de latim (que eu lembre, elas estavam separadas, em colunas com outras palavras): Saeculum Obscurum. Porém, eu troquei as letras “a” e “e” de posição na palavra “Saeculum”, para fazer uma correlação com a palavra “Sea” (“mar” em inglês), e assim a expressão ficou “SEACULUM OBSCURUM” (há quem diga que se trata também de uma referência aos Beatles, já que John Lennon pegou a palavra “Beetle” e mudou “Beatle”). Portanto, a expressão “Seaculum Obscurum” nada tem haver com a Idade Média, pois eu estava me referindo ao século XX e aos monstruosos eventos ocorridos neste século (Revolução Russa, Primeira Guerra Mundial, Segunda Guerra Mundial, Bomba Atômica, mais Guerras, assassinatos e estupros em massa, etc).

Quando eu comecei a fazer os Livros-Música, já em 1986, eu acrescentei a expressão “Gravadora Arte Degenerada”, pois a “Gravadora Arte Degenerada” seria a Editora Musical do projeto. A expressão “Arte Degenerada” se refere a uma série de exposições feitas pelos Nazistas na Alemanha com obras de arte produzidas por judeus, homossexuais e outras minorias. Os Nazistas se referiam a estas obras como sendo uma “Arte Degenerada”, elaborada e produzida por pessoas “degeneradas”, sub-raças. A expressão também simbolizava a Arte Moderna em comparação com a arte produzida por pessoas da raça ariana, que seria a raça superior. Portanto, para os Nazistas, tudo que não fosse arte produzida por arianos era considerado “Arte Degenerada”. Achei a expressão interessante, quando eu a descobri em 1986, e resolvi colocar tal expressão na Editora Musical, pois eu achava que a arte que eu produzia também era “Arte Degenerada”. Portanto, a expressão “Gravadora Arte Degenerada” é uma crítica ao Nazismo. Porém, devo dizer que tal expressão foi trazida para o Projeto Artístico por pura influência da banda inglesa Joy Division, cujo vocalista e grande poeta Ian Curtis cometeu suicídio em maio de 1980, em Manchester, Inglaterra (“Joy Division” seria a expressão que os Nazistas davam para as alas das prostitutas judias nos Campos de Concentração). Na época em que eu coloquei esta expressão no Projeto Artístico, eu estava sob grande influência de Curtis e do Joy Division.

No segundo semestre de 1986, eu estava lendo um livro de ocultismo quando me deparei com o deus celta Ogmios, que era chamado de “o Velho Calvo” e que, diziam, tinha fios de ouro saídos da boca que enlaçavam as pessoas que estivessem por perto e estas pessoas eram forçadas a ouvi-lo. Era o Deus da Eloqüência da religião Celta.

Assim, após tudo isso que foi dito acima, o Projeto Artístico que eu crie em 1984, passou a ser denominado a partir do segundo semestre de 1986 de Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada, nome definitivo que tem até hoje.


Como eu falei acima, o Livro-Música “Guirlanda de Flores Sangrentas” foi elaborado e produzido no primeiro semestre de 1987. Dessa vez, a gravação das músicas foi um pouco diferente, pois eu compus e gravei todas as músicas na casa da Carla Morrison, como fizera anteriormente, mas dessa vez, não levei as mesmas para casa, para acrescentar novos instrumentos, me utilizando de outros gravadores. As músicas estão gravadas diretamente na fita cassete, e não regravadas em outras fitas cassetes. Somente uma música foi gravada na Travessa do Chaco, e outra música foi composta e gravada na casa do Marcelo Lima. A idéia era compor e gravar músicas suaves, pois na época eu estava sob grande influência do grupo inglês Cocteau Twins, que, diziam na época, era o novo The Incredible String Band dos anos 1980. The Incredible String Band foi uma banda de folk music psicodélica escocesa dos anos 1960, que eu conheci em 1983, através do álbum “Seasons They Change”, que era uma coletânea, e que eu simplesmente adorava, porque o grupo usava instrumentos estranhos e exóticos, e as letras eram baseadas em lendas e seres mágicos. Sempre houve uma grande influência da The Incredible String Band na Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada. 


A música do poema-música “Prelúdio” foi composta e gravada na casa da Carla Morrison e abre o Livro-Música “Guirlanda de Flores Sangrentas”. Trata-se de uma música feita no piano, simples, delicada e misteriosa. O poema foi feito em homenagem a uma velha mendiga e moradora de rua de Belém, que vivia a Av. Almirante Barroso. Na época, eu tinha o estranho hábito de seguir e bisbilhotar esses habitantes das ruas. A expressão em inglês “Ash Can”, salvo engano, diz respeito a uma corrente literária dos Estados Unidos da América. Eis o poema:

PRELÚDIO


(poema/música: Marco Alexandre Rosário, 1987, Livro-Música “Guirlanda de Flores Sangrentas”, Belém-Pará-Brasil).


(MONNA
                        EM
                                   SEU
                                               LEITO
                                                                       DE
                                                                                  MORTE)

“quando eu morrer...
enterrem-me em uma lata de lixo
com garrafas vazias, muitas garrafas vazias,
e frascos de perfume barato,
nos muros de Santa Isabel,
e deixem-me amamentar moscas e ratos em paz”.

essa, sua última vontade,

querida monna, filha das sombras da tarde na padaria,
que bebia água da fonte do esgoto,
em frente ao mercado de ferro,

morta em 13 de abril de 1977...

ash can,

                                               ash can,

                                                                                              ash can,


Já a música do poema-música “Lisa Tocando Seu Violino em Meu Deserto” foi composta e gravada na casa do Marcelo Lima, sendo que eu usei o violão dele para gravá-la, pois o mesmo tinha uma boa sonoridade. O poema tem ressonância surrealista e concretista. O nome da mendiga do Poema-Música “Prelúdio” se chama ‘Monna” e a garota que toca violino no poema-música “Lisa Tocando seu Violino em Meu Deserto” se chama “Lisa”. Eu tirei estes nomes do título do famoso quadro “Mona Lisa” de Leonardo Da Vinci. Eis o poema:

LISA TOCANDO SEU VIOLINO EM MEU DESERTO

(poema/música: Marco Alexandre Rosário, 1987, Livro-Música “Guirlanda de Flores Sangrentas”, Belém-Pará-Brasil).

LISA
            TOCANDO
                                   SEU
                                               VIOLINO
                                                                       EM
                                                                                  MEU
                                                                                              DESERTO

Lisa tocando seu violino em meu deserto
Lisa tocando seu violino em meu deserto
Lisa tocando seu violino em meu deserto

Lisa tocando meu violino em seu deserto
Lisa tocando meu violino em seu deserto
Lisa tocando meu violino em seu deserto

Lisa tocando nosso violino em meu deserto

Lisa tocando teu violino em teu deserto
Lisa tocando teu violino em teu deserto
Lisa tocando teu violino em teu deserto

                               Lisa
                               Lisa
                               Lisa
       em                   meu                 deserto
       em                   seu                  deserto
       em                   teu                   deserto

                           nosso...


                             um

                          violino

                              e

                        dinheiro...

                            sem...

Lisa tocando seu violino em meu deserto

Lisa tocando seu violino em meu deserto
Lisa tocando seu violino em meu deserto
Lisa tocando seu violino em meu deserto

Lisa tocando meu violino em seu deserto
Lisa tocando meu violino em seu deserto
Lisa tocando meu violino em seu deserto

Lisa tocando nosso violino em meu deserto

Lisa tocando teu violino em teu deserto
Lisa tocando teu violino em teu deserto
Lisa tocando teu violino em teu deserto

                               Lisa
                               Lisa
                               Lisa
       em                   meu                 deserto
       em                   seu                  deserto
       em                   teu                   deserto

                           nosso...

                             um

                          violino

                              e

                        dinheiro...

                            sem...

Lisa tocando seu violino em meu deserto

Depois do Livro-Música “Guirlanda de Flores Sangretas”, o plano era fazer um novo livro-música muito mais elaborado. Eu tinha planos maravilhosos para o próximo trabalho. Mas, junho de 1987, minha avó Olga Rosário teve um derrame cerebral, ficando por 11 longos anos numa cadeira de rodas. Este fato causou o fim da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenera em 1987. Por puro vício de escrever poesia, ainda foram feitos os livros “América Latrina & o Gigolô Americano” (1988) e “Invocações” (1991, feito com restos de poemas escritos em 1986, 1987 e 1988 e alguns acréscimos feitos em 1991), e alguns poucos poemas em 1992 e 1993.

Depois disso, a Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada foi enterrada numa maleta como um vampiro e só viu o sol novamente no alvorecer do novo século. Em 2001, como um cadáver que recebe uma grande descarga de eletricidade aplicada pelo Dr. Frankenstein (romance gótico escrito por Mary Shelley/1797-1851 no início do século XIX, mulher do poeta Percy Bysshe Shelley), o monstro retornou à vida, e teve seu ápice em 2005, quando foram feitos os novos Livros-Música “Winona e as Cadeiras de Rodas” e “New York/Paris”, o website www.seaculumobscurum.com foi criado e lançado na Internet, tornando internacionalmente público quase todo o trabalho produzido entre 1984 e 2005, e os novos Livros-Música foram enviados para a Casa Branca (Washington-DC, USA), para a Prefeitura de Nova Iorque e para o Palácio do Planalto (Brasília-DF).

Depois de 2005, o website passou a ser acessado e visto no mundo todo (principalmente nos Estados Unidos da América e no Brasil), um vídeo-documentário foi realizado e produzido entre 2005 e 2007 (Stars Open Among The Lilies –I am Too Pure For You or Anyone – as duas frases são versos tirados de dois poemas da poetisa americana Sylvia Plath), e o último Livro-Música foi feito em janeiro de 2008(“Great Party, Isn’t It?). E tudo isso começou em 1970, quando alguém me deu de presente um pequeno disco de vinil com a estória dos Quatro Músicos de Bremen. E hoje tudo isso virou lenda.

Estes livros e livros-música a que sempre me refiro, foram e são fabricados de forma artesanal. Nos anos 1980 do século passado, eles eram feitos a mão ou datilografados e as músicas eram gravadas em fitas cassetes. Já no século XXI, eles foram digitalizados (incluindo as músicas). Mas as capas ainda são feitas como nos anos 1980 do século XX, com papel veludo. Contando com os livros e livros-música que estão comigo (as versões originais e as versões de 2001 até 2005), devem existir uns 40 destes trabalhos espalhados pelo mundo todo. Os trabalhos da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada nunca foram publicados comercialmente e não podem ser comprados em livrarias e lojas. Todos os trabalhos em mãos de terceiros foram dados por mim.

Marco Alexandre Rosário

Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada
30 anos (1984/2014)

EDITORA OGMIOS
(SEACULUM OBSCURUM)
GRAVADORA ARTE DEGENERADA

TRINTA ANOS
(1984 – 2014)

10 ANOS DO WEBSITE www.seaculumobscurum.com
(2005/2015)

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CONCERTO PARA OS PÁSSAROS

YOU TUBE: OGMIOS SEACULUM OBSCURUM

MAIS MÚSICAS NO YOU TUBE PARA OS AMIGOS E FÃS DA EDITORA OGMIOS (SEACULUM OBSCURUM)/GRAVADORA ARTE DEGENERADA. Colocamos mais uma música no YOU TUBE: “CONCERTO PARA OS PÁSSAROS” (basta acessar: Concerto para os Pássaros – Ogmios/Seaculum Obscurum). O vídeo, mais uma vez, foi elaborado e produzido por mim e pelo baterista/colaborador da Seaculum Obscurum, Felipe Ramos.


A música “Concerto para os Pássaros” foi criada e composta por mim em 1983, mas deve ter sido inteiramente concluída por volta de 1984. E ela guarda um segredo. Em 1982, eu aprendi a tocar, com muita dificuldade, a música “Blackbird” do Beatles (John Lennon e Paul McCartney), que foi lançada em 1968, no famoso álbum “The Beatles”, mais conhecido com “Álbum Branco”, um álbum duplo, ou seja, com dois discos de vinil. Nos Beatles, devido a um acordo feito entre John e Paul, provavelmente no final da década de 1950, todas as músicas de John Lennon e Paul McCartney estão creditadas a dupla “Lennon/McCartney”, muito embora algumas músicas sejam exclusivamente de John e outras de Paul. Por exemplo, a música “Yesterday” de 1965, é de inteira autoria de Paul McCartney, mas é creditada à dupla Lennon/McCartney. Assim, acho que “Blackbird” é uma música de Paul, mas talvez a letra da mesma tenha tido a colaboração de Lennon. 


De qualquer forma, em 1982 eu aprendi a tocar esta música dos Beatles. Como eu sempre fiz quando aprendia uma nova nota musical, eu sempre compunha ou tentava compor uma música. Assim, em 1983 comecei a compor uma música utilizando algumas notas da música “Blackbird”. Evidentemente, tal fato não constitui plágio, até porque as seqüências das notas é completamente diferente das seqüências das notas da música “Blackbird”, e o andamento da música também é diferente. “Concerto para os Pássaros” parece uma música do período barroco, com forte influência da música de Antônio Vivaldi, do século XVII.


Em 1993 eu fiz o que seria uma coletânea com as melhores músicas da Editora Ogmios (Seaculum Obcurum)/Gravadora Arte Degenerada, compostas entre os anos de 1986 e 1988 (regravadas das fitas cassetes originais em uma nova fita cassete), e, em 1996, eu acrescentei a esta coletânea as músicas que eu fiz entre 1981 e 1983. Não me lembro de ter feito músicas em 1984 e 1985, apenas fui aperfeiçoando o material que já havia sido criado em 1983. A coletânea (uma espécie de “Greatest Hits” da Editora Ogmios/Seaculum Obscurum/Gravadora Arte Degenerada) teve a denominação de “O Último Circulo de Pedras” (Livro-Música), título totalmente influenciado pelo álbum “Dolmen Music”, da compositora, cantora, bailarina, cineasta e coreógrafa americana Meredith Monk, que eu conheci pessoalmente através de e-mail em 2001, e que me enviou uma foto autografada de Nova Iorque, que hoje está na sala da minha casa. Em 2002, eu acrescentei a música “Lily” (poema “Lírio” de minha autoria, escrito em 1985 para o livro “As Flores”, e Tom Rapp, músico americano e líder da lendária banda de folk psicodélico Pearls Before Swine/1967-1971, fez uma música em 2002 para este poema, na versão em inglês, em Port Charlotte, Flórida/USA). Eu ainda pretendo fazer uma ou duas coletâneas envolvendo toda a obra musical da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada, gravada entre 1981 e 2008.


Desta forma, eu fiz em 1996 a versão definitiva da música “Concerto para os Pássaros”, para inseri-la na acima citada coletânea (fita cassete), versão esta tocada no violão Del Vecchio. E foi justamente nesta versão que a música ganhou este nome “Concerto para os Pássaros”, em homenagem à música dos Beatles que deu origem a mesma, como dito acima.

Somente em 2003, quando eu acrescentei os poemas às músicas no Livro-Música “O Último Circulo de Pedras”, foi que eu resolvi fazer o poema para a música “Concerto para os Pássaros”.

Eis o poema, que também aparece no vídeo (You Tube):

CONCERTO PARA OS PÁSSAROS

(Música/1983-Poema/2003: Marco Alexandre Rosário, Livro-Música “O Último Circulo de Pedras-Coletânea de Poemas e Músicas” 1993/1996/2002, Belém-Pará-Brasil).


Valsa encantada e triste

Em plumas ressecadas

Visão dos céus

Em constante transformação

Pelos bosques encantados

A imersão no vôo

Em constante transformação

Plumas            Plumas            Plumas            Plumas

Plumas            Plumas            Plumas            Plumas

Plumas            Plumas            Plumas            Plumas

Plumas            Plumas            Plumas            Plumas

E esta é a história desta música.

Estes livros e livros-música a que sempre me refiro, foram e são fabricados de forma artesanal. Nos anos 1980 do século passado, eles eram feitos a mão ou datilografados e as músicas eram gravadas em fitas cassetes. Já no século XXI, eles foram digitalizados (incluindo as músicas). Mas as capas ainda são feitas como nos anos 1980 do século XX, com papel veludo. Contando com os livros e livros-música que estão comigo (as versões originais e as versões feitas entre 2001 e 2005), devem existir uns 40 destes trabalhos espalhados pelo mundo. Os trabalhos da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada nunca foram publicados comercialmente e não podem ser comprados em livrarias e lojas. Todos os trabalhos em mãos de terceiros foram dados por mim.

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HIROSHIMA

YOUTUBE: OGMIOS SEACULUM OBSCURUM

Link de "Para Chanichi Tetsutani, Reiko Watanabe e Kengo Nakawa em Hiroshima":


MAIS MÚSICAS NO YOUTUBE PARA OS AMIGOS E FÃS DA EDITORA OGMIOS (SEACULUM OBSCURUM)/GRAVADORA ARTE DEGENERADA. Colocamos mais uma música no YOUTUBE: “PARA CHANICHI TETSUTANI, REIKO WATANABE E KENGO NAKAWA, EM HIROSHIMA” (basta acessar: HIROSHIMAOgmios/Seaculum Obscurum). O vídeo, mais uma vez, foi elaborado e produzido por mim e pelo baterista/colaborador da Seaculum Obscurum, Felipe Ramos, que fez um excelente trabalho de edição.

O poema/música faz parte do Livro-Música “Winona e as Cadeiras de Rodas” (Poesia/Música/Pintura), composto, elaborado e produzido por mim entre os anos de 2002 e 2005 (em Belém/Santarém-Pará), e que foi lançado internacionalmente através do website www.seaculumobscurum.com, em junho de 2005. Com relação à música e ao poema, eles foram compostos por mim em 2005 e foram inspirados pelo documentário da BBC intitulado “Hiroshima”, que tratava da explosão da Bomba Atômica em 06 de agosto de 1945. A música foi composta e gravada em maio de 2005, em Santarém, com piano (teclado) e mais alguns sons.

Chanichi Tetsutani, Reiko Watanabe e Kengo Nakawa são nomes de pessoas que morreram no dia 06 de agosto de 1945 em Hiroshima/Japão. A história deles é descrita no documentário da BBC (escrito e dirigido por Stephen Walker), com atores representando as pessoas envolvidas nos fatos ocorridos no dia 06 de agosto de 1945.


As explosões das duas Bombas Atômicas em Hiroshima (06 de agosto de 1945) e Nagasaki (09 de agosto de 1945) foram fatos históricos que abalaram o mundo. O mundo jamais seria o mesmo após aquele dia 06 de agosto de 1945.

Reproduzo aqui alguns trechos do documentário da BBC:

Comandante do Boeing B-29/Enola Gay:
“A primeira onda de choque nos atingiu. O avião todo estalou e tremeu com a explosão. Onde antes havia uma cidade com casas e prédios, e tudo o que dava para ver dessa altitude, agora não se via mais nada, exceto os destroços negros e ferventes lá embaixo. Ninguém falou por um instante, e aí todos começaram a falar ao mesmo tempo. Lembro-me de Lewis batendo em meu ombro dizendo, ‘olhe aquilo, olhe aquilo!’ E que sentira o gosto da fissão atômica, e era de chumbo”.

Narrador (Stephen Beckett):
“Na cauda do Enola Gay, Bob começa a tirar fotos da enorme nuvem em forma de cogumelo”.

Bob, tripulante do Boeing B-29/Enola Gay:
“A coluna de fumaça sobe rápido, está quase no nosso nível e continua. Tem um núcleo vermelho, ígneo, é toda turbulenta, chamas por toda parte, como num braseiro. A cidade deve estar debaixo disso”.

Comandante do Boeing B-29/Enola Gay:
“08:18. MEU DEUS, O QUE FIZEMOS? MESMO SE VIVER 100 ANOS, NUNCA ESSES POUCOS MINUTOS SAIRÃO DE MINHA MENTE.”

Narrador/Documentário:
“Um milionésimo de segundo após a detonação, HIROSHIMA DEIXOU DE EXISTIR. Testes posteriores mostram a força da onda de choque nuclear, rasgando prédios, carros, e carne, na velocidade do som. MAIS DE 100 MIL PESSOAS E 47 MIL CASAS SUMIRAM DO MAPA, LITERALMENTE. A 500 metros da ponte que Tom Ferebee escolheu como ponto de mira, Reiko Watanabe foi instantaneamente incinerada pela explosão. A 1500 metros da ponte, Chanichi Tetsutani e seu melhor amigo também morreram, o quadro de aço de seu triciclo novo se derretendo no calor de 1 milhão de graus. A 1600 metros do epicentro, Kengo Nakawa é exposto ao mesmo calor, mas seu relógio resiste, com os ponteiros paralisados no exato momento em que ‘Little Boy’ explodiu.”

Narrador/Documentário:
“Três dias depois, uma segunda bomba atômica foi jogada em Nagasaki, matando 80 mil pessoas. No dia 14 de agosto, oito dias depois da missão do Enola Gay em Hiroshima, os japoneses finalmente se renderam. Chanichi Tetsutani foi enterrado no jardim onde brincava no dia em que morreu. Achando triste demais um menino de quatro anos sozinho no túmulo, seu pai enterrou junto com o filho o triciclo. Trinta anos depois, os restos de Chanichi foram removidos para uma sepultura formal. O corpo de Reiko Watanabe nunca foi encontrado. Por dois dias, seus pais e sua irmã a procuraram pelas ruínas da cidade, mas tudo o que acharam foi sua lancheira, sob uma parede caída, com o conteúdo carbonizado pelo calor de 10 sóis. Kengo Nakawa morreu em decorrência das queimaduras, duas semanas depois. Seu filho doou seu relógio anos depois para o Museu da Paz de Hiroshima, onde se encontra até hoje, um símbolo do momento em que o mundo mudou para sempre”.


Eis o poema, que também aparece no vídeo:

PARA CHANICHI TETSUTANI, REIKO WATANABE E KENGO NAKAWA, EM HIROSHIMA

(poema/música: Marco Alexandre Rosário, 2005, Livro-Música “Winona e as Cadeiras de Rodas”, Santarém-Pará-Brasil).


foi enterrado no jardim onde brincava no dia em que morreu

Pessoas sorrindo na rua                                                                                                 Pessoas sorrindo na rua

triciclo enterrado...

Pessoas sorrindo na rua                                                                                                 Pessoas sorrindo na rua

lancheira carbonizada pelo calor de dez sóis

Pessoas sorrindo na rua                                                                                                 Pessoas sorrindo na rua

triciclo enterrado...

Pessoas sorrindo na rua                                                                                                 Pessoas sorrindo na rua

relógio parado no momento em que...

relógio parado no momento em que...

relógio parado no momento em que...

o mundo mudou para sempre

mundo mudo e parado

Dedico a edição do poema/música “PARA CHANICHI TETSUTANI, REIKO WATANABE E KENGO NAKAWA, EM HIROSHIMA” no YouTube às milhares de pessoas que morreram, ficaram feridas ou desapareceram nos dias 06 e 09 de agosto de 1945, devido às explosões ocorridas em Hiroshima e Nagasaki, no Japão.

Estes livros e livros-música a que sempre me refiro, foram e são fabricados de forma artesanal. Nos anos 1980 do século passado, eles eram feitos a mão ou datilografados e as músicas eram gravadas em fitas cassetes. Já no século XXI, eles foram digitalizados (incluindo as músicas). Mas as capas ainda são feitas como nos anos 1980 do século XX, com papel veludo. Contando com os livros e livros-música que estão comigo (as versões originais e as versões feitas entre 2001 e 2005), devem existir uns 50 destes trabalhos espalhados pelo mundo. Os trabalhos da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada nunca foram publicados comercialmente e não podem ser comprados em livrarias e lojas. Todos os trabalhos em mãos de terceiros foram dados por mim.

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