Blog do Hektor

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terça-feira, 27 de junho de 2017


 LISA TOCANDO SEU VIOLINO EM MEU DESERTO

PRÉLÚDIO

YOU TUBE: OGMIOS SEACULUM OBSCURUM

MAIS MÚSICAS NO YOU TUBE PARA OS AMIGOS E FÃS DA EDITORA OGMIOS (SEACULUM OBSCURUM)/GRAVADORA ARTE DEGENERADA. Colocamos mais duas músicas no YOU TUBE: “PRÉLÚDIO” e “LISA TOCANDO SEU VIOLINO EM MEU DESERTO” (basta acessar: Prelúdio – Ogmios/Seaculum Obscurum e Lisa Tocando Seu Violino em Meu Deserto – Ogmios/Seaculum Obscurum). Isto foi feito em julho de 2016. Os dois vídeos, mais uma vez, foram elaborados e produzidos por mim e pelo baterista/colaborador da Seaculum Obscurum, Felipe Ramos (que fez inovações nos dois vídeos).

Prelúdio” e “Lisa Tocando Seu Violino em meu Deserto” são poemas/músicas do Livro-Música “Guirlanda de Flores Sangrentas”, terceiro Livro-Música da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada, elaborado, composto, escrito e produzido em 1987.


Os Livros-Música começaram a ser elaborados e produzidos em 1986. O primeiro foi o Livro-Música “O Tecelão de Paisagens” (elaborado e produzido no primeiro semestre de 1986) e o segundo foi o Livro-Música “Iluminuras” (elaborado e produzido no segundo semestre de 1986). Em 2001, o Livro-Música “Iluminuras” receberia um subtítulo (“Iluminuras - As Iluminações que Rimbaud não Iluminou no Jardim das Bonecas Manchadas de Sangue”), porque, quando em fiz este Livro-Música em 1986, eu não sabia que o poeta francês Arthur Rimbaud também tinha um Livro denominado “Iluminuras” (ou “Iluminações”), e assim, eu resolvi colocar o subtítulo, sendo que a expressão “bonecas manchadas de sangue” diz respeito a um episódio da Segunda Guerra Mundial, ocorrido em Londres, Inglaterra, quando uma bomba nazista atravessou um Pub e matou várias pessoas que estavam comemorando o aniversário de 15 anos de uma garota, e os corpos ficaram estendidos na calçada da rua, como “bonecas manchadas de sangue”, na expressão de uma testemunha que a tudo assistia.

Esses Livros-Música começaram a ser produzidos em 1986 porque, no primeiro semestre de 1986 eu fui até a casa de uma amiga da época, Carla Morrison (o “Morrison” é sobrenome, e não um apelido), e ela tinha um teclado que podia ser ligado ao aparelho de som, e assim era possível gravar os sons do teclado numa fita cassete. Desta forma, eu fui na casa da Carla Morrison (provavelmente em março de 1986) e gravei as músicas que fiz no teclado (órgão, piano, e outros) numa fita cassete. Com esse material gravado, já na minha casa (na Travessa do Chaco, nº 2623, em Belém, Estado do Pará), eu pegava emprestado um gravador grande de um amigo (um aparelho de som), Marcelo Lima, e um amplificador para ligar o meu violão Del Vecchio com um captador (também emprestado de um amigo chamado Zeca, que hoje mora em Los Angeles, Califórnia, USA), e colocava a fita cassete que eu havia gravado na casa da Carla no gravador grande do Marcelo, ligava tudo e gravava tudo aquilo em outro gravador pequeno que eu tinha na época. Nascia, assim, a Gravadora Arte Degenerada.


Quando a Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada nasceu em 1984, ela não tinha nome nenhum, somente um livro chamado “Poemas”.

Em 1985, quando eu comecei a escrever e elaborar outros livros, resolvi colocar naquilo que eu estava fazendo o nome de “Editora Morangos & Uvas”, que era uma espécie de homenagem ao filme de Ingmar Bergmann (Morangos Silvestres, de 1955) e ao quadro “O Jardim das Delícias” de Hieronymus Bosch (um tríptico, do século XV).

Provavelmente no final de 1985(ou início de 1986), eu acrescentei duas palavras latinas que eu havia visto num livro de gramática de latim (que eu lembre, elas estavam separadas, em colunas com outras palavras): Saeculum Obscurum. Porém, eu troquei as letras “a” e “e” de posição na palavra “Saeculum”, para fazer uma correlação com a palavra “Sea” (“mar” em inglês), e assim a expressão ficou “SEACULUM OBSCURUM” (há quem diga que se trata também de uma referência aos Beatles, já que John Lennon pegou a palavra “Beetle” e mudou “Beatle”). Portanto, a expressão “Seaculum Obscurum” nada tem haver com a Idade Média, pois eu estava me referindo ao século XX e aos monstruosos eventos ocorridos neste século (Revolução Russa, Primeira Guerra Mundial, Segunda Guerra Mundial, Bomba Atômica, mais Guerras, assassinatos e estupros em massa, etc).

Quando eu comecei a fazer os Livros-Música, já em 1986, eu acrescentei a expressão “Gravadora Arte Degenerada”, pois a “Gravadora Arte Degenerada” seria a Editora Musical do projeto. A expressão “Arte Degenerada” se refere a uma série de exposições feitas pelos Nazistas na Alemanha com obras de arte produzidas por judeus, homossexuais e outras minorias. Os Nazistas se referiam a estas obras como sendo uma “Arte Degenerada”, elaborada e produzida por pessoas “degeneradas”, sub-raças. A expressão também simbolizava a Arte Moderna em comparação com a arte produzida por pessoas da raça ariana, que seria a raça superior. Portanto, para os Nazistas, tudo que não fosse arte produzida por arianos era considerado “Arte Degenerada”. Achei a expressão interessante, quando eu a descobri em 1986, e resolvi colocar tal expressão na Editora Musical, pois eu achava que a arte que eu produzia também era “Arte Degenerada”. Portanto, a expressão “Gravadora Arte Degenerada” é uma crítica ao Nazismo. Porém, devo dizer que tal expressão foi trazida para o Projeto Artístico por pura influência da banda inglesa Joy Division, cujo vocalista e grande poeta Ian Curtis cometeu suicídio em maio de 1980, em Manchester, Inglaterra (“Joy Division” seria a expressão que os Nazistas davam para as alas das prostitutas judias nos Campos de Concentração). Na época em que eu coloquei esta expressão no Projeto Artístico, eu estava sob grande influência de Curtis e do Joy Division.

No segundo semestre de 1986, eu estava lendo um livro de ocultismo quando me deparei com o deus celta Ogmios, que era chamado de “o Velho Calvo” e que, diziam, tinha fios de ouro saídos da boca que enlaçavam as pessoas que estivessem por perto e estas pessoas eram forçadas a ouvi-lo. Era o Deus da Eloqüência da religião Celta.

Assim, após tudo isso que foi dito acima, o Projeto Artístico que eu crie em 1984, passou a ser denominado a partir do segundo semestre de 1986 de Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada, nome definitivo que tem até hoje.


Como eu falei acima, o Livro-Música “Guirlanda de Flores Sangrentas” foi elaborado e produzido no primeiro semestre de 1987. Dessa vez, a gravação das músicas foi um pouco diferente, pois eu compus e gravei todas as músicas na casa da Carla Morrison, como fizera anteriormente, mas dessa vez, não levei as mesmas para casa, para acrescentar novos instrumentos, me utilizando de outros gravadores. As músicas estão gravadas diretamente na fita cassete, e não regravadas em outras fitas cassetes. Somente uma música foi gravada na Travessa do Chaco, e outra música foi composta e gravada na casa do Marcelo Lima. A idéia era compor e gravar músicas suaves, pois na época eu estava sob grande influência do grupo inglês Cocteau Twins, que, diziam na época, era o novo The Incredible String Band dos anos 1980. The Incredible String Band foi uma banda de folk music psicodélica escocesa dos anos 1960, que eu conheci em 1983, através do álbum “Seasons They Change”, que era uma coletânea, e que eu simplesmente adorava, porque o grupo usava instrumentos estranhos e exóticos, e as letras eram baseadas em lendas e seres mágicos. Sempre houve uma grande influência da The Incredible String Band na Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada. 


A música do poema-música “Prelúdio” foi composta e gravada na casa da Carla Morrison e abre o Livro-Música “Guirlanda de Flores Sangrentas”. Trata-se de uma música feita no piano, simples, delicada e misteriosa. O poema foi feito em homenagem a uma velha mendiga e moradora de rua de Belém, que vivia a Av. Almirante Barroso. Na época, eu tinha o estranho hábito de seguir e bisbilhotar esses habitantes das ruas. A expressão em inglês “Ash Can”, salvo engano, diz respeito a uma corrente literária dos Estados Unidos da América. Eis o poema:

PRELÚDIO


(poema/música: Marco Alexandre Rosário, 1987, Livro-Música “Guirlanda de Flores Sangrentas”, Belém-Pará-Brasil).


(MONNA
                        EM
                                   SEU
                                               LEITO
                                                                       DE
                                                                                  MORTE)

“quando eu morrer...
enterrem-me em uma lata de lixo
com garrafas vazias, muitas garrafas vazias,
e frascos de perfume barato,
nos muros de Santa Isabel,
e deixem-me amamentar moscas e ratos em paz”.

essa, sua última vontade,

querida monna, filha das sombras da tarde na padaria,
que bebia água da fonte do esgoto,
em frente ao mercado de ferro,

morta em 13 de abril de 1977...

ash can,

                                               ash can,

                                                                                              ash can,


Já a música do poema-música “Lisa Tocando Seu Violino em Meu Deserto” foi composta e gravada na casa do Marcelo Lima, sendo que eu usei o violão dele para gravá-la, pois o mesmo tinha uma boa sonoridade. O poema tem ressonância surrealista e concretista. O nome da mendiga do Poema-Música “Prelúdio” se chama ‘Monna” e a garota que toca violino no poema-música “Lisa Tocando seu Violino em Meu Deserto” se chama “Lisa”. Eu tirei estes nomes do título do famoso quadro “Mona Lisa” de Leonardo Da Vinci. Eis o poema:

LISA TOCANDO SEU VIOLINO EM MEU DESERTO

(poema/música: Marco Alexandre Rosário, 1987, Livro-Música “Guirlanda de Flores Sangrentas”, Belém-Pará-Brasil).

LISA
            TOCANDO
                                   SEU
                                               VIOLINO
                                                                       EM
                                                                                  MEU
                                                                                              DESERTO

Lisa tocando seu violino em meu deserto
Lisa tocando seu violino em meu deserto
Lisa tocando seu violino em meu deserto

Lisa tocando meu violino em seu deserto
Lisa tocando meu violino em seu deserto
Lisa tocando meu violino em seu deserto

Lisa tocando nosso violino em meu deserto

Lisa tocando teu violino em teu deserto
Lisa tocando teu violino em teu deserto
Lisa tocando teu violino em teu deserto

                               Lisa
                               Lisa
                               Lisa
       em                   meu                 deserto
       em                   seu                  deserto
       em                   teu                   deserto

                           nosso...


                             um

                          violino

                              e

                        dinheiro...

                            sem...

Lisa tocando seu violino em meu deserto

Lisa tocando seu violino em meu deserto
Lisa tocando seu violino em meu deserto
Lisa tocando seu violino em meu deserto

Lisa tocando meu violino em seu deserto
Lisa tocando meu violino em seu deserto
Lisa tocando meu violino em seu deserto

Lisa tocando nosso violino em meu deserto

Lisa tocando teu violino em teu deserto
Lisa tocando teu violino em teu deserto
Lisa tocando teu violino em teu deserto

                               Lisa
                               Lisa
                               Lisa
       em                   meu                 deserto
       em                   seu                  deserto
       em                   teu                   deserto

                           nosso...

                             um

                          violino

                              e

                        dinheiro...

                            sem...

Lisa tocando seu violino em meu deserto

Depois do Livro-Música “Guirlanda de Flores Sangretas”, o plano era fazer um novo livro-música muito mais elaborado. Eu tinha planos maravilhosos para o próximo trabalho. Mas, junho de 1987, minha avó Olga Rosário teve um derrame cerebral, ficando por 11 longos anos numa cadeira de rodas. Este fato causou o fim da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenera em 1987. Por puro vício de escrever poesia, ainda foram feitos os livros “América Latrina & o Gigolô Americano” (1988) e “Invocações” (1991, feito com restos de poemas escritos em 1986, 1987 e 1988 e alguns acréscimos feitos em 1991), e alguns poucos poemas em 1992 e 1993.

Depois disso, a Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada foi enterrada numa maleta como um vampiro e só viu o sol novamente no alvorecer do novo século. Em 2001, como um cadáver que recebe uma grande descarga de eletricidade aplicada pelo Dr. Frankenstein (romance gótico escrito por Mary Shelley/1797-1851 no início do século XIX, mulher do poeta Percy Bysshe Shelley), o monstro retornou à vida, e teve seu ápice em 2005, quando foram feitos os novos Livros-Música “Winona e as Cadeiras de Rodas” e “New York/Paris”, o website www.seaculumobscurum.com foi criado e lançado na Internet, tornando internacionalmente público quase todo o trabalho produzido entre 1984 e 2005, e os novos Livros-Música foram enviados para a Casa Branca (Washington-DC, USA), para a Prefeitura de Nova Iorque e para o Palácio do Planalto (Brasília-DF).

Depois de 2005, o website passou a ser acessado e visto no mundo todo (principalmente nos Estados Unidos da América e no Brasil), um vídeo-documentário foi realizado e produzido entre 2005 e 2007 (Stars Open Among The Lilies –I am Too Pure For You or Anyone – as duas frases são versos tirados de dois poemas da poetisa americana Sylvia Plath), e o último Livro-Música foi feito em janeiro de 2008(“Great Party, Isn’t It?). E tudo isso começou em 1970, quando alguém me deu de presente um pequeno disco de vinil com a estória dos Quatro Músicos de Bremen. E hoje tudo isso virou lenda.

Estes livros e livros-música a que sempre me refiro, foram e são fabricados de forma artesanal. Nos anos 1980 do século passado, eles eram feitos a mão ou datilografados e as músicas eram gravadas em fitas cassetes. Já no século XXI, eles foram digitalizados (incluindo as músicas). Mas as capas ainda são feitas como nos anos 1980 do século XX, com papel veludo. Contando com os livros e livros-música que estão comigo (as versões originais e as versões de 2001 até 2005), devem existir uns 40 destes trabalhos espalhados pelo mundo todo. Os trabalhos da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada nunca foram publicados comercialmente e não podem ser comprados em livrarias e lojas. Todos os trabalhos em mãos de terceiros foram dados por mim.

Marco Alexandre Rosário

Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada
30 anos (1984/2014)

EDITORA OGMIOS
(SEACULUM OBSCURUM)
GRAVADORA ARTE DEGENERADA

TRINTA ANOS
(1984 – 2014)

10 ANOS DO WEBSITE www.seaculumobscurum.com
(2005/2015)

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