LILY
(OVERTURE) - LÍRIO
YOUTUBE: OGMIOS SEACULUM OBSCURUM
Link da música "Lily (Overture), também conhecida como "Lírio" e "Lily - Marco's Song", no YouTube: Lily (Overture - Marco's Song)/2002/2005 - Lírio/1985
PARA
OS AMIGOS E FÃS DA EDITORA OGMIOS (SEACULUM OBSCURUM)/GRAVADORA ARTE DEGENERADA.
No dia 09 de maio de 2016,
finalmente, uma música da Seaculum Obscurum foi lançada no YOUTUBE!!!! A escolhida para inaugurar nossa presença no YouTube
foi o poema/Música “Lily
(Overture)-Lírio” (basta acessar no YouTube com este
título: Lily (Overture) – Lírio – Ogmios/Seaculum Obscurum). O vídeo foi elaborado
e produzido por mim e pelo baterista/colaborador da Seaculum Obscurum, Felipe Ramos.
O poema “Lírio” foi escrito por mim em 1985, para o livro “As
Flores” (Poesia), em Belém/Pará
(naquela época a Seaculum Obscurum se chamava Editora Morangos & Uvas/Seaculum Obscurum, que foi o
primeiro nome dado ao projeto artístico).
Em
2002, Tom
Rapp (líder da lendária banda americana de Folk Psicodélico “Pearls Before Swine”, 1967/1971, que eu conheci
pessoalmente através de e-mail em 2001 e se tornou um grande amigo) fez uma música para o poema “Lírio”, em
Port Charlotte, Flórida, USA. Ele deu o título de "Lily - Marco's Song".
Em 2005, o poema/música foi inserido no Livro-Música “Winona e as Cadeiras de Rodas”
com o título Lily/Overture
(dedicado à cidade de Port Charlotte, Flórida, USA) e lançado e tornado
internacionalmente público também em 2005, através do website www.seaculumobscurum.com A obra foi creditada à parceria “Marco Alexandre Rosário/Tom Rapp”, ou
simplesmente “Rosário/Rapp”. Tom Rapp canta e toca gaita (composto e gravado em
Port Charlotte/2002), e eu, em 2005, acrescentei o piano (na época, eu morava
em Santarém/Pará). A gravação
que está no You Tube tem as duas versões: a versão do Livro-Música “Winona e as
Cadeiras de Rodas”, com o piano acrescentado em 2005, e a versão original de
2002, só com Tom Rapp cantando e tocando gaita (no final da música, ele fala
comigo: “Hi, Marco. I hope like this...”.)
Conheci Tom Rapp e o seu grupo Pearls
Before Swine em 1983,
através de um amigo, Heitor Meneses,
que tinha um exemplar do álbum “One
Nation Underground” (primeiro álbum da banda americana), lançado em 1967. O álbum era
original e da época, lançado pela gravadora ESP-DISK, em Nova
Iorque (os álbuns do Pearls Before Swine, até onde sei, nunca foram
lançados no Brasil). Mas não havia fotos e nem qualquer referência à Banda.
Achei o álbum “One Nation Underground”
fantástico, e o Pearls Before Swine
foi uma das principais influências para eu criar a Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada em 1984.
Na contracapa do álbum havia um endereço em Nova Iorque (endereço da ESP-DISK
na época), então eu escrevi e enviei uma carta para Tom Rapp em 1986, para o velho endereço da
ESP-DISK, dezenove anos depois. A carta foi até Nova Iorque e voltou para
Belém, com um carimbo informando que aquele endereço não mais existia ou estava
incorreto (infelizmente, eu rasguei a carta anos depois).
Foi somente na década de 1990,
provavelmente em 1996, que obtive mais informações sobre Tom Rapp e vi uma
fotografia dele pela primeira vez. Um amigo meu, Douglas Dias, havia conseguido
comprar os Cds dos álbuns “One Nation
Underground” (1967) e “Balaklava” (1968), e no encarte dos Cds haviam várias informações sobre Tom
Rapp e o Pearls Before Swine.
Em 2001, quando pela primeira vez
acessei a Internet, vi um site gigantesco sobre o Pearls Before Swine. Mexendo
no site, vi um link que dizia, em inglês, que era para enviar uma mensagem para
Tom Rapp. Enviei uma mensagem em
português (eu não sei falar ou escrever corretamente em inglês). Foi o
primeiro e-mail que eu enviei na vida. Para minha imensa surpresa, três dias
depois vi um e-mail de Tom Rapp (foi o primeiro e-mail que recebi na vida).
Quase desmaiei. Não conseguia acreditar que, finalmente, quase duas décadas depois de ter conhecido o Peals Before Swine,
finalmente eu falava com Tom Rapp. Na resposta ao meu e-mail, Tom Rapp
agradecia o contato, mas perguntava se eu não poderia falar com ele em inglês,
já que ele, infelizmente, não sabia falar em outra língua a não ser o inglês. E
ainda me chamou de “Mr. Rosário”!!!
A partir daí, começamos a nos comunicar e ficamos amigos. Ele me enviou o
último álbum solo dele (“A Journal of
the Plague Year”), lançado em 1999,
e eu comecei a enviar para ele os livros da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum).
Foi por causa deste contato, em 2001, que a Editora Ogmios (Seaculum
Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada retomou suas atividades, agora em pleno
Século XXI (a partir de 2002).
Em 2002, Tom Rapp me informou que iria fazer uma apresentação no Festival Terrastock, em Boston, Massachusetts. Eu havia enviado para ele o Livro “As Flores” (1985), e perguntei
se ele poderia recitar um poema deste livro no Festival e falar para os
presentes sobre a Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada.
Ele concordou e eu traduzi dois poemas (no computador), e um deles foi “Lírio” (“Lily”, na versão em inglês). “Lírio”
fora em escrito em 1985, numa madrugada em que eu acordei e praticamente
escrevi todo o livro “As Flores”.
Na época eu já estava fazendo várias experiências com a poesia. Assim:
Eu escrevi o poema em
português primeiramente (1985):
Jardim,
eu
ilumino
Com
meu
brilho
O teu
lamento
Eu me chamo
lírio,
lírio,
lírio,
lírio
Depois, mudei cada palavra para um
idioma diferente, e ficou assim, na versão oficial e original, de 1985:
JARDIN
ICH
ILLUSTRO
AVEC
MY
SCINTILLO
O DEIN
LAMENT
JE
MI LLAMO
LÍRIO
LÍRIO
LÍRIO
LÍRIO
A versão em inglês (2002), que Tom
Rapp musicou, foi traduzida em um
computador da versão em português e ficou assim:
Garden,
I
light
up
With
My
Shine
Your
lament.
My
Name
Is
Lily,
Lily,
Lily,
Lily
Esta foi a versão que Tom Rapp
musicou, e foi a única vez que alguém cantou na Seaculum Obscurum, já que todas
as minhas músicas são instrumentais, sem canto.
Obviamente, a versão original (com
palavras em vários idiomas) trazia uma grande influência de Ezra Pound (poeta americano; 1885/1972)
e da poesia chinesa e de
outros poetas também. Não foi uma criação aleatória.
Tom Rapp, porém, não pôde recitar o
poema “Lírio/Lily” em Boston, no Festival Terrastock, por falta de tempo
e pela desorganização do próprio Festival. Porém, ele disse que faria melhor, que ele faria uma música para o poema. Em novembro de 2002,
ele me enviou uma fita cassete com a gravação do concerto de Boston e mais a versão
de “Lírio” cantada em inglês: “lily (Marco’s song)”, com a música composta por ele.
Quase não acreditei naquilo. Mas, aí está a o poema/música “Lily (Overture)/ Lírio” no You Tube, 31 anos depois do poema ter sido escrito por mim e 14 anos depois de
Tom Rapp ter feito a música para o mesmo.
Até hoje falo com Tom Rapp: sempre
envio e-mails e cartões no dia do aniversário dele e no natal. No aniversário
de 2015, ele me disse (em inglês): “estou
com 68 anos... como isso aconteceu?!!!”. Ainda pretendo ir até Melbourne,
na Flórida (onde ele mora), para agradecer o presente de 2002 pessoalmente.
SOBRE
TOM RAPP E O PEARLS BEFORE SWINE.
O
Pearls Before Swine foi uma banda americana de folk-psicodélico formada por Tom
Rapp em 1965 em Eau Gallie, que agora faz parte de Melbourne, no Estado da Flórida, Estados
Unidos da América. A Banda foi formada por Tom Rapp juntamente com alguns
amigos da escola em que ele estudava: Wayne
Harley (banjo, bandolim), Lane Lederer (baixo, guitarra) e Roger Crissinger (piano,
órgão). Tom Rapp cantava e
tocava violão e guitarra. O nome do grupo foi tirado de uma passagem da Bíblia
em que Jesus fala: “Não lanceis vossas pérolas
aos porcos”. O nome do grupo é, portanto, “Pérolas aos Porcos”.
Tom Rapp nasceu em Bottineau, no Estado
de Dakota do Norte, nos Estados
Unidos da América/USA, em 1947.
Quando criança, a família se mudou para o Estado
de Minnesota, que fica a leste de Dakota
do Norte (ambos os Estados fazem
fronteira com o Canadá). Num concurso de Folk Music (ou algo parecido), realizado em fins dos anos 1950
(1960), em Minnesota, ele ficou em segundo (ou terceiro) lugar, enquanto um tal
Robert Zimmerman ficou em
quinto lugar (um dia este tal Robert
Zimmerman seria conhecido como Bob
Dylan). No início dos anos 1960, Tom passou a morar em Melbourne, na Flórida.
Em
1967, o Pearls Before Swine gravou seu primeiro álbum, o magnífico “One Nation Underground” (Uma Nação Subterrânea), que foi
lançado pela obscura e alternativa gravadora ESP-DISK. A ESP-DISK
foi um selo independente, fundado por um advogado de Nova Iorque (salvo
engano), que tinha dinheiro e bancava e gravava jovens artistas. O Selo/Gravadora
dava o dinheiro e o artista produzia a capa dos discos e as músicas como
quisesse. Para a capa do álbum do “One
Nation Underground”, o Pearls Before Swine escolheu um detalhe do
famoso quadro “O Jardim das Delícias”,
do famoso pintor europeu do século XV Hieronymus
Bosch. Tal Quadro é, na verdade, um tríptico, ou seja, há um quadro
central quadrado, e dois quadros complementares retangulares nas laterais. Na
capa do álbum do Pearls Before Swine,
você vê um detalhe do Inferno. A partir daí, todas as capas dos álbuns do Pearls Before Swine e quase todas as
capas dos álbuns solos de Tom Rapp
teriam pinturas de pintores famosos de diversas épocas. É uma marca registrada
do Pearls Before Swine e de Tom Rapp, que foi imitada até pelo grupo inglês Deep Purple (primeiro álbum, de
1968). “One Nation Underground” foi
gravado em maio de 1967, em Nova Iorque, e chegou a vender mais de 200 mil
cópias na época, o que era considerado uma boa vendagem para aqueles tempos. As
letras das músicas eram críticas contra a guerra e o american way of life, e
também falavam de sexo e tinham imagens bastante surrealistas. Foi, na minha
opinião, um dos cinco ou seis melhores álbuns lançados em 1967, juntamente com Sgt. Pepers do Beatles, The Piper At
The Gates of Down do Pink Floyd
(sob a liderança de Syd Barrett),
Their Satanic Majesties Request dos Rolling Stones, Winds of Change de Eric Burdon and The New The Animals, os primeiros álbuns dos
grupos The Doors e Velvet Underground, e ainda o álbum de Jimi Hendrix e seu grupo, o famoso Jimi Hendrix Experience. Na época, os Hippies de San Francisco (Haight-Ashbury)
pensaram que “One Nation Underground”
era um projeto secreto envolvendo Bob
Dylan e os Beatles,
já que não havia fotografias do grupo na capa e contracapa do álbum. “One Nation
Underground” tinha pérolas como “Another
Time”, “Playmate”, “Ballad To An Amber Lady”, “Drop Out!”, “Morning Song” e “Uncle John”,
todas compostas por Tom Rapp, além da magnífica e enigmática “The Surrealist Waltz” (“A Valsa
Surrealista”), de Lane Lederer e Roger Crissinger.
O segundo álbum do grupo foi o também magnífico “Balaklava”, lançado
em 1968 e também pela ESP-DISK,
e já sem a presença de Roger Crissinger. A partir daí, o grupo teria várias
modificações em sua formação, atestando que o Pearls Before Swine era mesmo Tom
Rapp. Na capa do álbum Balaklava
se via uma magnífica pintura de Breughel,
o Velho, pintor holandês do século XVI, intitulada “O Triunfo da Morte”. No álbum, além de suas composições e poemas,
Rapp também musicou um poema de Herodotus (“Translucent Carriages”), e fez uma belíssima versão para a
canção “Suzanne”, do
compositor e poeta canadense Leornad
Cohen, canção que teria também uma versão avassaladora feita por Joan Baez, famosa cantora americana
de música de protesto (Folk Music). Havia também a
belíssima “There Was a Man”.
Depois de Balaklava, o Pearls
Before Swine lançou mais três álbuns: “These Things Too” (1969),
“The Use of Ashes” (1970), e “City of Gold” (1971),
todos lançados pela gravadora Reprise
Records. Depois disso, Tom
Rapp iniciou sua carreira solo lançando os seguintes álbuns: Familiar Songs (1972, reprise), Stardancer (1973, Blue Thumb) e Sunforest
(1973, Blue Thumb).
Há
uma curiosidade a cerca de uma canção do álbum The Use of Ashes. É sobre a canção Rocket Man, que Tom Rapp escreveu no dia em que Neil Armstrong pisou na Lua (20 de julho de 1969). Na época,
ele morava próximo ao Cabo Canaveral e assistia aos lançamentos dos foguetes
Saturno (Projeto Apollo).
Nos
anos seguintes, Tom Rapp fez vários concertos e abriu vários shows para
artistas famosos, como Bob Dylan.
Em 1976, Tom Rapp fez uma turnê na qual abria shows para a famosa
cantora, compositora e poetisa americana Patti
Smith. Uma dessas apresentações, em Boston, foi sua última aparição
como músico/cantor/compositor, encerrando sua carreira artística a partir daí.
Depois disso, Tom foi para a Brandeis
University, formou-se em Direito, e
tornou-se um conceituado advogado de
direitos civis.
Só
se iria ouvir falar de Tom Rapp e de
seu grupo Pearls Before Swine
novamente em 1986, quando o
famoso e conceituadíssimo projeto musical inglês denominado This Mortal Coil relançou, em
seu primeiro álbum, a belíssima canção “The
Jeweller” (O Joalheiro), que foi composta e lançada por Tom Rapp no álbum “The Use of Ashes”, de 1970.
Numa das edições do jornal de música inglês Melody Maker (ou foi no New
Music Express, não recordo mais), de 1986,
onde há uma imensa reportagem sobre o primeiro álbum do This Mortal Coil, no qual se fala que o citado projeto musical
procurava fazer novas versões de canções antigas, você pode ler: “Você já ouviu falar de Tom Rapp e de seu
grupo Pearls Before Swine (The Jeweller)?”. Eu sei disso porque naquela
época, em 1986, o Melody Maker (e o New Music Express) chegava em Belém do Pará
e era vendido numa livraria da cidade. Eu cheguei a ler este trecho da
reportagem na época.
Tom
Rapp somente iria reaparecer em público novamente em 1997, no Festival
Terrastock, um festival de música realizado em Providence, Rhode
Island, com a banda de seu filho, Camp
Shy. E em 1999, ele
lançou seu último álbum solo (pelo menos até agora), intitulado “A Journal of the Plague Year”. O
álbum foi aclamado pela crítica musical dos Estados Unidos e Europa, e o jornal
The New York Times lançou uma
bela e longa reportagem sobre o mesmo. Não lembro se é esta reportagem que traz
o título “Músico, Advogado e Músico
outra vez”. No citado álbum solo, há uma música que Tom Rapp fez para um poema de William Butler Yeats, famoso
poeta irlandês, que morreu na década 1930, do século XX (“Silver Apples”). Também há uma faixa bônus em que Tom Rapp fala com a platéia, entre
outras coisas, sobre suas aventuras em Nova Iorque, juntamente com o poeta e
cantor americano Jim Morrison,
da banda The Doors, em 1969 (pelo menos foi isso que o
Heitor Meneses entendeu quando ouviu a faixa bônus). E há uma música in memorian para Kurt Cobain, do Nirvana.
Depois
disso, vieram os álbuns tributos (com vários artistas interpretando as canções
de Tom Rapp), os relançamentos dos velhos álbuns em edições luxuosas (tanto em
vinil como em Cd), e muitas outras homenagens. Vários artistas das Américas e
da Europa, e de outros lugares do mundo, se declararam fãs do Pearls Before
Swine e citaram o velho grupo da Flórida como uma influência primaria em suas
carreiras. Vez por outra ele aparece no Festival Terrastock, ou em outro evento
musical. Mas, Tom Rapp não voltou
mais para a música. Ele é um
conceituado advogado de Direitos Civis na sua velha Melbourne, na Flórida, USA.
Marco
Alexandre Rosário
Editora
Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada
30
anos (1984/2014)
EDITORA
OGMIOS
(SEACULUM
OBSCURUM)
GRAVADORA
ARTE DEGENERADA
TRINTA
ANOS
(1984
– 2014)
10
ANOS DO WEBSITE www.seaculumobscurum.com
(2005/2015)
WEBSITES/FACEBOOK/BLOGSPOT:
www.seaculumobscurum.com
Ogmios/Seaculum
Obscurum - Facebook
Ogmios/Seaculum.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário