O BANQUETE DO CISNE
YOU
TUBE: OGMIOS SEACULUM OBSCURUM
MAIS MÚSICA NO YOUTUBE PARA OS
AMIGOS E FÃS DA EDITORA OGMIOS (SEACULUM OBSCURUM)/GRAVADORA ARTE DEGENERADA.
Postamos mais uma música: O BANQUETE DO CISNE (Basta acessar: O Banquete do
Cisne – Ogmios/Seaculum Obscurum). Este vídeo foi lançado no YouTube em 2017. O
vídeo, mais uma vez, foi elaborado e produzido por mim e pelo
baterista/colaborador da Seaculum Obscurum, Felipe Ramos (que fez inovações no
vídeo).
“O Banquete do Cisne” é um poema/música
do Livro-Música “Iluminuras - As
Iluminações que Rimbaud não Iluminou no Jardim das Bonecas Manchadas de Sangue”,
segundo Livro-Música da Editora Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte
Degenerada, elaborado, composto, escrito, gravado e produzido em 1986 (alguns poucos poemas deste
Livro-Música tiveram que ser refeitos em 2002; a música, entretanto, foi toda
composta e gravada em 1986). O poema é, na verdade, composto de vários
sub-poemas. Na música “O Banquete do Cisne” tocamos os seguintes instrumentos:
flautas, órgãos, pianos, violão (Del Vecchio), gaitas, e bateria eletrônica. O
poema-música reflete a influência do grupo americano Pearls Before Swine
(1967/1971). O vídeo traz imagens de várias pinturas de Hieronymus Bosch
(século XV) e William Blake (século XVIII), artistas que muito influenciaram a
Editora Ogmios. O título do poema-música é uma referência a um ritual que
ocorria na Confraria de Nossa Senhora, a qual Bosch pertencia.
Os
Livros-Música começaram a ser elaborados e produzidos em 1986. O primeiro foi o
Livro-Música “O Tecelão de Paisagens”
(elaborado e produzido no primeiro
semestre de 1986) e o segundo foi o Livro-Música “Iluminuras” (elaborado e produzido no segundo semestre de 1986). Em 2001, o Livro-Música “Iluminuras” receberia um subtítulo (“Iluminuras - As Iluminações
que Rimbaud não Iluminou no Jardim das Bonecas Manchadas de Sangue”), porque, quando em fiz este Livro-Música em 1986,
eu não sabia que o poeta francês Arthur
Rimbaud também tinha um Livro denominado “Iluminuras” (ou “Iluminações”),
e assim, eu resolvi colocar o subtítulo, sendo que a expressão “bonecas manchadas de sangue” diz
respeito a um episódio da Segunda Guerra
Mundial, ocorrido em Londres, Inglaterra, quando uma bomba nazista
atravessou um Pub e matou várias pessoas que estavam comemorando o aniversário
de 15 anos de uma garota, e os corpos ficaram estendidos na calçada da rua,
como “bonecas manchadas de sangue”,
na expressão de uma testemunha que a tudo assistia.
Eis o poema (que contem vários
sub-poemas):
PRIMEIRO CICLO –
O BANQUETE
DO CISNE
R E C O R D A Ç Õ E S
(
U M A P I N T U R A P A R A
U M A D A N Ç A )
* * *
cavalos
de fogo (em carruagens solares),
quedas,
desejos... nas nuvens o inverno, o éter silencioso,
céus
de níquel (em contos de amor e ódio),
cantos
ternos do velho homem cego.
na
floresta, caçadores e feras em luta,
seduzidos
pela sabedoria da coruja (e os reis do luar),
lágrimas
de esposas,
mulheres
nascidas (da terra e da poeira do amor).
mãos
tocando os mistérios
em
livros encantados,
os
olhos da criança em fronteiras,
em
fábulas, em gravuras antigas.
homens
em transformações (cães selvagens),
peregrinos
submersos na estrada de leite em terraimagens...
ladrões,
ciganos, assassinos (a voz contínua na concha),
judeus
e loucos envenenavam na aldeia o poço.
os
doze cavaleiros em luta com a serpente,
a
senhora, prisioneira dos espíritos (no oriente),
magos
conciliando a imaginação e a razão,
doze
moedas de ouro (no manto do monge negro).
vozharpa
iluminando a noite,
cantando
as quedas e subidas,
hinos
distantes,
lapidados
na memória da Senhora dos espíritos.
um
pacto feito no coração da contadora de estórias...
mãe lua brilhando, energia embrionária
na
estação dos gatos.
Recordarei
antigas noites...
um
rio corria no interior de uma
bandeja negra,
exóticos
pássaros em sua margem,
um
camponês oriental andava na seara em escuridão,
iluminavam
taças na sala das cortinas de vinho...
no
palco de um teatro, um melro cantou um nome proibido junto ao piano,
um
casal de vespas levou-me ao bosque para ver o lago dos peixes
e
outro lago de água multicores
e
lá perguntei ao Kaizer se ele havia participado da guerra...
ele
deitou-se num imenso cemitério de ferro...
e
na casa havia um piano...
e
na casa havia um piano...
Recordarei
um antigo entardecer...
um
estranho juntou minhas pequenas mãos
no
gólgota
e
levou-me à praça e espíritos dançavam em todos os lugares da terra...
na
loja dos canos de vidro e dos filtros de porcelana
o
amante e seu homem-peixe eram um só...
em
uma carruagem uma velha senhora vitoriana,
uma
faca enterrada em sua testa,
desceu
do céu e parou diante dos meus olhos dizendo
“tu
és meu filho
tu
és meu filho... não coloques a cruz
no túmulo do pássaro”
Recordarei
um antigo amanhecer...
um
jantar na casa de um advogado
de negros olhos
durante
a festa de um fogo-fátuo...
eu
vi como era grande a avenida quando voltamos para casa,
a
mesma avenida que eu teria que passar dez anos depois
e
dez anos antes eu em meu quarto,
uma
mulher recitava poemas do universo
enquanto
pintava a parede com o sangue das estrelas...
mas,
a dançarina vivia nas vidraças de múltiplas cores
mas,
a dançarina vivia nas vidraças de múltiplas cores
colheres de sangue
colheres de sangue
colheres de sangue
colheres de sangue
colheres de sangue
A C R I S T A L E I R
A
“Um
cálice de vinho, por favor,
e vai despertar a criança
prisioneira em tua alma.
Celebraremos, hoje,
as bodas do banquete do cisne
no interior da cristaleira
r
i
s
t
a
l
e
i
r
a”, disse o gnomo em sonhos.
Sinos... sinos de cristal, e
“Um jogo, muitas árias, madrigal e
um poema não escrito
e
uma
pintura paralisagística
e
NUVENS NUVENS NUVENS
NUVENS NUVENS NUVENS
e
CASTELOS entre
MONTES e
PONTES e
ALDEIAS
e
OCEANOS
e
RIOS
FONTES FONTES FONTES
e
LAGOS
Uma
criança não lapidada pelo tempo
eu
encontrei no deserto...
era
belo o seu rosto
e
ardente o seu canto...
seus
dedos corriam pelos vitrais de uma igreja
acariciadas
por uma tempestade,
tecelão
de lamentações celestes,
e
aguardava novas núpcias.
“UM CANTO MÁGICO EU TE DAREI,
SIM, EU TE DAREI,
UM CANTO DE OUTRA VELHA CIDADE
QUANDO ESTIVERES VIVO PARA A MORTE
Por
quê não aceitas a magia?
Não
sabes que a loucura
é
a raiz da razão produzida pela razão,
nutrindo
os lábios
com
alegorias divinas”, disse o gnomo em sonhos.
Nos contornos do espelho
Repercutiam
imagens,
relâmpagos acrílicos...
Véu
de ostras refaziam
sombras e despertavam
os
cavalos-harpas em criptas
douradas
e
dançavam,
no ciclo dos ventos
noturnos,
duendes, gnomos e
feiticeiros
ao
longo da vasta paisagem de cristal
ou sobre os ramos da figueira
ou sobre os náufragos do amor e do ódio.
Eu
os via
em minha alquimia
ocultos
em troncos de velhos
carvalhos
Antigas
árvores
Antigas
árvores
Antigas
árvores
No
interior da c
r
i
s
t
a
l
e
i
r
a
e
as guardavam Damas
e Ninfas
Marfim
e cerejas, marfim e cerejas
Disse-me
a fada:
“Toma
esta pequena caixa de música.
Nela
está o coração que perdeste quando criança”.
Um
céu de violetas
Entre as jóias do rei
E
orações em violinos
Ao
fundo dos espelhos
Na
floresta há bruxos
Lá
o gnomo-rei pediu
às
harpias que dormiam
que
acordassem as crianças-cemitério;
“Viajaremos
para a cidade incendiada
esta
noite...
Já
nadei,
em sonhos,
nas águas desse rio”
e
“Muito
cuidado com os homens mudos...
eles
falam através dos olhos”.
Seguimos
para a rua das bonecas de sangue...
Em
uma casa, na porta, estavam o Sr. e Sra.
esperando
alguém que viria dez anos depois
e
que havia morrido dez anos antes.
Sobre
a rua
havia
um livro:
“A fada da cidade incendiada
e os filhos do outono.”
Esperamos
a alvorada
Sitiamos
o paraíso
Resgatando
o passado em recordações
que
renasceram de palavras proibidas
“As
bodas terminam
a
meia noite
Mas,
se quiseres ficar...
teu
é o nosso reino”, disse o gnomo em sonhos.
“As
bodas terminam
a
meia noite...
teu
é o nosso reino...”
“As
bodas terminam
a
meia noiteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee...
Teu
é o nosso reinooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo...”
“a
meia noiteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee...
teu
é o nosso reinooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo...”
“meia
noiteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee...
teu
é o nosso reinooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo...”
“Noiteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee...
teu
é o reinooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo...”
“o
reinoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo...”
“o
reinoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo...”
“Rumo
à Ilha de Zácrata, barqueiro!
e
deixemos esta casca mortal
que
não nos ajuda em nada”, disse o gnomo em seus sonhos.
HÔRVALOS HARPA
Dama
negro
Dedos
gelo
Carícias,
cordas e sonhos
Alguém
no jardim
Alguém
no jardim
um
canto de lea
aos
hôrvalos
harpa
o
coração pulsa no Oriente...
antiga
Senhora,
pele
de gelo, pele de relva, líquida pele,
os
cantores já fogem em criações
perseguem
oásis no deserto
&
o futuro lhes dá somente algumas miragens...
sombras
caindo, sombras caindo e rindo,
apoiadas
umas nas outras
para ver a queda de todas
Dama
negro
Dedos
& gelo
&
carícias & cordas & sombras
Alguém
no jardim
Alguém
no jardim
um
canto
em pedras de jaspe
aos
hôrvalos
harpa
e
sinos tocam
no
ar seco
A
DAMA NASCENTE
NA
QUEDA DA LUA AMARELA
Ela nasceu
dentro de uma concha noturna,
uma pele a cada
manhã
um beijo para
cada homem
enquanto cai a
lua amarela
num funeral de
moscas luminosas
depois
de um movimento
Ela desapareceu
Entre os ônibus
Convertidos em
moinhos de vento
IMERSÃO
PLÁSTICA
a fundição dos ossos
na cova
é
plasticidade
S
A I
U
L N
B
T Q
J
E U
U
R I
G &
A & E
A
D T
D
A A, talvez...
A
nem exércitos,
nem flores & laços,
nem vivos &
mortos...
o que se tem aí
é
plástico derretido
e nada mais
Dança Latina Dança Latina Dança Latina Dança Latina
Dança
Dança Latina Dança Latina Dança Latina Dança Latina
Dança
Dança Latina Dança Latina Dança Latina Dança Latina
Dança
Dança
Latina Dança Latina Dança Latina Dança Latina Dança
Dança Latina Dança Latina Dança Latina Dança Latina
Dança
Dança Latina Dança Latina Dança Latina Dança Latina
Dança
Dança Latina Dança Latina Dança Latina Dança Latina
Dança
Dança
Latina Dança Latina Dança Latina Dança Latina Dança
Dança Latina Dança Latina Dança Latina Dança Latina
Dança
Dança Latina Dança Latina Dança Latina Dança Latina
Dança
Dança Latina Dança Latina Dança Latina Dança Latina
Dança
Marco
Alexandre Rosário
31
ANOS DO LIVRO-MÚSICA “ILUMINURAS – AS ILUMINAÇÕES QUE RIMBAUD NÃO ILUMINOU NO
JARDIM DAS BONECAS MANCHADAS DE SANGUE” – 1986-2017.
“Tudo
o que é esquecido
permanece
em sonhos obscuros do passado...
ameaçando
sempre retornar.”
(Velvet
Goldmine)
Editora
Ogmios (Seaculum Obscurum)/Gravadora Arte Degenerada
30
anos (1984/2014)
EDITORA
OGMIOS
(SEACULUM
OBSCURUM)
GRAVADORA
ARTE DEGENERADA
TRINTA
ANOS
(1984
– 2014)
10
ANOS DO WEBSITE www.seaculumobscurum.com
(2005/2015)
WEBSITES/FACEBOOK/BLOGSPOT:
www.seaculumobscurum.com
Ogmios/Seaculum
Obscurum - Facebook
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1984/2017
Maravilhoso!!!
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